Após os inúmeros altos e baixos pelos quais passou a economia brasileira, tendo sua interação com a conjuntura nacional alternada por estímulos inconsistentes e por políticas que prezaram pela estabilidade institucional, o ambiente de negócios nacional se vê à espreita do veredito eleitoral, que poderá levar o país ao ameaçador agravamento das condições econômicas ou trazer a possibilidade de ares voltados à retomada do crescimento.
O Brasil, sendo possuidor do honroso, porém incompleto em sentido, status de “país do futuro”, alçou ascensões comedidas na trajetória recente, calcadas no uso de fatores de produção ciclicamente ociosos. No entanto, o crescimento da produtividade da mão de obra tem apresentado desempenho pífio, fundamentalmente gerado pela qualidade precária do ensino básico, que apesar de abranger mais de 90% das crianças e adolescentes brasileiros, fornece uma preparação deficiente para o ensino universitário e para o mercado de trabalho. Ademais, a taxa de poupança interna se situa em torno de 15% do PIB, gerando dependência do financiamento externo para concretizar investimentos. Uma debilitada matriz de incentivos constituída por um mal gerido modelo de Estado de bem-estar social cria desarranjos fiscais traduzidos em déficits e drena os estímulos para o autofinanciamento dos indivíduos, que seria oriundo da renúncia ao consumo presente em favor do consumo futuro e viabilizaria a geração de emprego e renda por meio das operações financeiras paralelas.
Diante de tal cenário persistente, cabe ao eleitor conciliar suas pautas ideológicas e morais com aquilo que a nação necessita para se desenvolver social e economicamente: a priorização de políticas voltadas para o aprimoramento da produtividade e para a formação de poupança interna. As reformas estruturais, que atenuam falhas insustentáveis no funcionamento das instituições nacionais, são indispensáveis para se esboçar qualquer planejamento mais abrangente, pois proporcionam a necessária confiança dos agentes no ambiente de negócios interno para que possam alocar seus recursos. Avanços na direção da correção do déficit da previdência, da simplificação do regime tributário e do corte dos gastos públicos supérfluos, bem como a previsibilidade gerada pelo respeito aos contratos já firmados, são a raiz da urgência conjuntural econômica.
Em um momento notoriamente atípico do cenário político, os eleitores brasileiros dispõem de opções rigorosamente firmadas em suas respectivas convicções, aparentemente pouco dispostas à flexibilização pragmática: de um lado, Jair Bolsonaro (PSL), líder acachapante das intenções de voto, mas dotado de certa nebulosidade acerca do caminho que efetivamente irá traçar, caso eleito, nutre posições bastante assemelhadas, em âmbito ideológico, às preferências da maioria da população e motiva sentimentos extremos, alguns dos quais foi vítima ao sofrer atentado a faca que quase lhe tirou a vida; do outro, Fernando Haddad (PT), em segundo lugar na disputa, representa as ideias de um modelo já testado no país, que culminou nos maiores casos de corrupção de sua história e na mais grave crise econômica, sendo chefiado por um presidiário e portando traços totalitários em seus anseios políticos.
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