Álvaro Dias (Podemos), dotado de vasta experiência em cargos políticos, se coloca como um representante do antagonismo ao Partido dos Trabalhadores, enfatizando a propositura de medidas contra a corrupção e intentando associar-se por meio de seu histórico e do enaltecimento da cultura de seu estado, o Paraná, à boa estima da qual dispõe a operação lava-jato.
Já tendo sido expulso do PSDB em 2002 por ter assinado requerimento em favor da instalação de CPI da corrupção contra o governo de Fernando Henrique Cardoso, mas retornando ao partido um ano depois, o candidato carrega como bandeira mais chamativa em sua carreira política a luta contra a corrupção. No entanto, não se notabilizou por se firmar em uma visão de mundo bem definida a respeito de qual modelo de gestão é mais adequado à sociedade, demonstrando mera adesão a premissas básicas do mainstream econômico, como disciplina fiscal e assistencialismo esporádico. Em seu programa de governo, reforça o paradigma social-democrata, defendendo a universalização de serviços considerados essenciais via financiamento estatal, e remete a Juscelino Kubitschek, ícone brasileiro do nacional-desenvolvimentismo, como referência de governo.
Em meio a propostas genéricas e promessas ousadas, Álvaro faz apologia a um modelo eivado de predisposições à corrupção e à ineficiência, que, apesar de poder ser mesclado com reformas modernizantes, não terá inibida a prevalência corrosiva de suas diretrizes centrais. Algumas ideias apresentadas pelo candidato, como a municipalização de recursos públicos, a simplificação tributária e a diminuição da burocracia para empreender, são sufocadas pelo oneroso peso do aparato assistencialista do Estado, que passa a ter suas crises inexoráveis apenas adiadas e a manter a nociva drenagem de poupança privada e produtividade nacionais.
Sua postulação ao cargo presidencial é fundamentada em deficiências analíticas que o levam a aderir às nuances paradigmais daqueles que critica por corrupção, negligenciando as ideologias norteadoras dos anseios que constroem a trajetória política dos governantes, sejam eles bons ou maus. A razão pela qual seus algozes são uma ameaça à nação é a sua cosmovisão pervertida, que possui como objetivo a supressão sumária das tradições e instituições que garantem liberdade e prosperidade em prol da refundação da sociedade com base em seus preceitos totalitários. Atos de corrupção são uma camada periférica daquilo que de fato representam, constituindo instrumento institucional em favor da concretização do planejamento essencial. Logo, a honestidade não deve caracterizar o critério principal para o juízo de valor a respeito dos políticos, pois o que irá prevalecer será a ideologia que os guia em seus atos. É preciso combater os métodos e mecanismos que levam à corrupção, tendo em vista que não há movimentos ou proponentes que façam apologia direta a ela; e tal necessidade contempla, invariavelmente, o fim do dito modelo de Estado de bem-estar social.
Ao disputar o pleito nacional, Álvaro Dias se firma em seu eleitorado estadual como aquele que, localmente, está mais próximo da oposição efetiva à entidade que mais representa as ideias revolucionárias no país, capitalizando os votos conservadores de paranaenses ainda órfãos de representantes genuínos, assim como ocorre em grande parte do Brasil.
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