Série Presidenciáveis: Geraldo Alckmin

Série Presidenciáveis: Geraldo Alckmin

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Geraldo Alckmin (PSDB), representando o partido que quase sempre esteve na posição de principal divergente do Partido dos Trabalhadores – ícone mais influente da esquerda nacional – em pleitos federais, se propõe a dar andamento às reformas estruturais das quais o país necessita e é permeado por um pragmatismo que imputa discrição ao teor ideológico de seu grupo político. Sua sólida e razoavelmente bem-sucedida experiência à frente da gestão do estado mais produtivo do Brasil é utilizada como um dos principais argumentos para credenciá-lo como o mais preparado para ser presidente.


Tendo se notabilizado em sua atuação como governador de São Paulo, após a morte de Mario Covas, disputou a eleição presidencial em 2006, chegando ao segundo turno contra Lula e sendo derrotado com uma quantidade de votos inferior à do primeiro turno. Em tal disputa, figurou como um candidato nacionalista e antiprivatista que era contrário à corrupção praticada pelo PT e a favor de reformas administrativas pontuais no país, num cenário onde a economia brasileira crescia impulsionada pela favorável conjuntura internacional. Após ter governado o país por oito anos e ter realizado, ainda que sem convicção e de maneira errática, medidas essenciais para que o país pudesse crescer, o Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) teve sua imagem manchada pelas crises internacionais que acometeram o Brasil no final da década de 1990 e por algumas privatizações realizadas de modo inadequado, que entraram em choque com a crença estatista de fração majoritária da população. Ademais, no período em que liderou a oposição no Congresso aos governos petistas, o partido demonstrou muito mais convergências do que divergências, deixando órfã de representação genuína parte significativa da população, de viés ideológico conservador, que nutria discordâncias mais profundas para com os governos de esquerda. Atitudes que remetem a pautas morais e sociológicas, como o relacionamento espúrio com ditaduras socialistas; a defesa, ainda que, por vezes, velada, de agendas que almejam deteriorar valores cristãos, caros aos brasileiros; e o modus operandi para com a questão da criminalidade fundamentado em abstrações sem efetividade, praticadas pela grande maioria dos políticos e seus partidos, são pontos que, cada vez mais, separaram votantes de eleitos no Brasil.

Em seu conciso programa de governo, Geraldo enfoca suas diretrizes na seara econômica, ressaltando a importância das reformas tributária e política para simplificar impostos, reduzir a burocracia e corrigir distorções eleitorais ao aproximar o eleitorado dos políticos mediante o sistema distrital. Embora omita no documento, defende também a reforma previdenciária, a fim de anular o déficit fiscal da União em dois anos e garantir a manutenção da Previdência estatal. Foi entusiasta das reformas propostas no governo Temer, principalmente a trabalhista e a do teto dos gastos, e, assim como seu partido, demonstrou muito mais apoio do que oposição a tal gestão. Esse retrospecto proporcionou credibilidade ao presidenciável no mercado internacional, que passou a vê-lo como o candidato mais previsível.

Novamente, nos temas mais urgentes e profundos da atual conjuntura nacional, apresenta pouca sinergia para com os anseios populares. Para aprimorar a segurança pública, incorre em simplismos pouco efetivos, como a criação de uma guarda nacional e a integração entre as polícias de cada estado, não contemplando a preferência dos cidadãos em relação a uma legislação penal mais rígida e a uma flexibilização das regras sobre o porte de arma de fogo. No que tange ao âmbito do ensino, propõe melhorias pontuais e genéricas relacionadas a custeios e capacitação de docentes, não fazendo menção à metodologia de transmissão do conhecimento, que, focada em searas subjetivas e ideológicas em detrimento das ciências exatas, conduz a massa de estudantes ao proselitismo político, à deficiência intelectual e à baixa produtividade.

O presidenciável se vê num cenário onde, profundamente afetado pela pujança das circunstâncias avessas à política tradicional, se encontra desprovido de força eleitoral relevante, constituindo um reflexo da falta de representatividade da qual vinha padecendo o eleitorado brasileiro, que, por falta de alternativas mais próximas às suas ideias, votava no PSDB, a menos distante. Com atrofiada capacidade de leitura da realidade e fracas equipes de marketing, Alckmin e seu partido não sabem lidar com o surgimento de um adversário eleitoralmente forte que defende as mesmas pautas que a maioria maciça da população. Além disso, o alinhamento às diretrizes internacionais sobre meio ambiente, que deterioram as soberanias nacionais; a adesão à política de cotas para etnias, que possuem notória função dentro do conteúdo programático marxista para a divisão da sociedade; bem como a robusta composição de sua coligação, formada por oito partidos, são alguns dos principais pontos que reforçam o fato de que o PSDB e seu presidenciável são parte importante do establishment, tendo feito, embora de forma não plenamente consciente, uma falsa e superficial oposição a um agente revolucionário ativo entranhado na alta cúpula da nação: o Partido dos Trabalhadores.


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