A cultura, a cada geração, passa por transformações sutis que gradualmente moldam o senso comum com novos conceitos e costumes. Nas últimas décadas, no entanto, o mundo ocidental foi imerso, sob a denominação do ''politicamente correto'', num ambiente social de difícil convívio e dotado de complexas normas de conduta, derivadas, em grande parte, de correntes de pensamento obscuras e com anseios voltados à ideia de engenharia social, isto é: produção artificial de um modelo de sociedade, mediante indução de mentalidade específica nas massas. Essa realidade pode parecer excessivamente elaborada, mas, em verdade, constitui os ares do corriqueirismo de cada cidadão e pode ser confirmada com simples exercícios de imaginação dos fatos e rememoração das situações do seu dia a dia.
Enquanto as gerações X e Y, que vêm aproximadamente do período entre 1960 e 1990, tiveram de lidar com a incerteza do período pós-guerra, globalização atrofiada e tecnologias que constituíram a terceira revolução industrial ainda embrionárias ou inexistentes, a geração Z, que as sucedeu, passou a dispor de facilidades e atributos que culminaram não apenas em notórios benefícios materiais e intelectuais, mas também em mazelas sociais sem precedentes, ocasionadas pelo seu isolamento das saudáveis vivências tidas como naturais em épocas anteriores.
Estudos apontam que a população está demorando mais a amadurecer: os jovens, apesar de estarem evoluindo biologicamente de forma mais rápida, estão regredindo em termos de maturidade psicológica, tendo atitudes próprias de adultos, como trabalhar por dinheiro, sair sem supervisão dos pais, tirar e usar carteira de motorista, etc, mais tardiamente. Fatores que contribuem bastante para tal cenário estão diretamente relacionados a uma maior blindagem dos problemas em fases cruciais da vida, que tem sido endossada não apenas por pais superprotetores, com cada vez menos filhos, mas também pelo ambiente cultural moderno como um todo, mediante instituições e ciclos sociais influentes em sua formação. Isso gera incapacidade de lidar com as dificuldades da vida de forma adequada, fazendo com que as pessoas, já na fase adulta, principalmente, em que se expõem mais à aspereza do mundo ao seu redor, tenham os efeitos de seus problemas cotidianos naturais superdimensionados, o que as predispõe a males mais graves, como a depressão e o desequilíbrio emocional. As concepções e crenças que têm sido incrustadas na população têm portado um viés, de essência revolucionária, que busca a problematização de elementos corriqueiros da sociedade para subverter seus paradigmas. Componentes caros à civilização ocidental, como humor, liberdade de expressão, patriarcalismo e o próprio costume natural de superar as adversidades da vida, estão sendo estigmatizados por uma onda cultural perversa, que é agravada pelos inimigos da liberdade e da ordem.
A corrente do desconstrucionismo, fundada nos anos 1960 por Jacques Derrida, contribuiu significativamente para que, nas décadas futuras, as tendências culturais de enfraquecimento da personalidade humana fossem potencializadas e usadas como instrumento das ideologias marxistas, que visam à destruição dos pilares morais do Ocidente e à dominação das instituições e mentalidades do povo, em favor da realização de seus objetivos escusos. A postura crítica sempre baseada na narrativa de luta de classes, a fim de rotular de opressores ou oprimidos, grupos portadores de determinada característica, arbitrariamente destacada e contrastada com outros grupos de característica oposta ou meramente distinta, se misturou às falhas espontâneas da modernidade, gerando uma combinação de elevado poder nocivo que reprime a espontaneidade popular e compromete cada vez mais sua liberdade com incitação de discórdia, censura velada e propagação de sentimentos odientos. Esse modus operandi é praticado de forma supostamente universal, mas possui alvos claros e específicos: todos aqueles que se colocam como discordantes da mentalidade revolucionária e de seus interesses. Apenas tal grupo de indivíduos é patrulhado pelos pretensos paladinos do ''politicamente correto'', a título de zelo por supostas convenções sociais, mas com a real intenção de colocar a opinião pública contra seus adversários ideológicos, fazendo uso de distorções e difamações.
O grau de repressão aos costumes do povo atingiu patamares totalitários ainda que tendo uma participação minoritária do Estado, que, eventualmente, apenas reverbera a formação dos maus aspectos modernos. Os cidadãos, vulneráveis à tirania e à criminalidade, tendo o exercício de seu básico direito de legítima defesa coibido por princípios pervertidos e estando desconectados do dinamismo do mundo prático ao seu redor pelas novas tecnologias de comunicação, vêm aderindo a utopias elitistas e antirrepublicanas cujo terreno fértil se formou via indução cultural. Tal cenário ameaçador se reflete, entre outras formas, na marginalização de ícones essenciais da civilização, como homens, que ocuparam, na maioria dos casos, a função vital de liderança na história da humanidade; armas, meios de suma importância para a preservação da integridade privada e pública; e muros, recursos basilares para o resguardo das soberanias nacionais. O enfraquecimento do que é bom é voltado para a ascensão dos maus.
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