A desigualdade salarial entre sexos já se tornou um tema bastante debatido nos últimos anos, inclusive na última campanha eleitoral no Brasil. Nos Estados Unidos, tal discussão já é antiga. O que há em comum nessa discussão nos dois países é a percepção generalizada de que as relações de trabalho são contaminadas pela discriminação sexual, refletindo na diferença salarial que acontece entre homens e mulheres.
É comum atualmente no mainstream midiático, artístico e até mesmo em parte da academia, a repetição exaustiva de que homens ganham mais do que mulheres. Também é comum que a culpa por isso seja atribuída ao empregador, que se nega a pagar igualitariamente suas funcionárias e funcionários, de modo que somente a luta coletiva feminista, aliada a uma regulação estatal, possa resolver tal empecilho. O grande problema desse tipo de afirmação é que, quando analisamos os dados juntamente com metodologia da pesquisa, em vez de somente citar os resultados, todas essas conclusões incessantemente repetidas caem por terra.
O economista americano Thomas Sowell é categórico ao dizer que há diversos outros aspectos que influenciam direta e indiretamente nessa desigualdade e, quando tais efeitos são isolados durante a pesquisa, essa disparidade cai drasticamente.
É válido destacar que aqui estamos apontando "sintomas" das desigualdades e não elencando soluções ou apoiando algum tipo de desigualdade existente.
Vamos, então, a estes fatores:
Um deles é a descontinuidade na carreira. Aproximadamente, 37% das mulheres fazem desvio em algum ponto nas suas respectivas carreiras, entre tais desvios está o afastamento temporário da área de atuação, o que ocorre em média por cerca de 2,2 anos; outras mudam completamente de rumo, geralmente buscando trabalhos que atribuem menos responsabilidades ou com menor carga horária.
Essa descontinuidade numa determinada carreira costuma ter altos custos para o profissional; no serviço público, podendo perder progressão salarial, plano de carreira; na iniciativa privada, pode-se perder pela falta de atualização na área, promoção, ou até, em alguns casos de afastamento por longos períodos, a obsolescência de conhecimento.
A escolha da carreira também pode ser fator determinante, segundo estudo publicado na The Economist:
"A principal razão pela qual mulheres ainda têm menores salários do que os homens não é que se pague menos pelos mesmos empregos, mas sim pela escolha de empregos em áreas com menor remuneração, como enfermagem e educação."
A carga horária é outro motivo que pode gerar este tipo de disparidade. Estudos divulgados pelo The New England Journal of Medicine mostraram que “na década de 90, jovens médicos ganhavam 41% a mais que as jovens médicas. No entanto, quando são levadas em conta as diferenças de especialidades, ambiente de trabalho e outras características, nenhuma disparidade de ganhos ficava evidente. Outro exemplo é que um advogado tende a trabalhar em torno de 70 horas semanais, enquanto uma advogada que é casada e tem filhos reduz este tempo estimado para menos de 50 horas, logo isso terá impacto nos seus ganhos.
O problema da diferença salarial entre homens e mulheres se deve muito mais a fatores como decisões por carreira e conciliação entre trabalho e vida familiar, levando as mulheres a buscar empregos que lhes proporcionem menos tempo no trabalho para poder se dedicar a filhos e família. Além disso, o fator interrupção gerado pelo afastamento no trabalho também pesa, pois inviabiliza promoções e crescimento nas empresas. Estes fatores quando isolados, ou seja, quando analisamos homens e mulheres nas mesmas condições de ocupação de cargo, idade e tempo na empresa essas disparidades salariais não existem.
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Fico bastante satisfeito em encontrar um blog direitista. Prometo acompanhar e interagir. Abraço!
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