Brasil: entenda a situação política de Jair Bolsonaro para as eleições de 2020

O presidente Bolsonaro anunciou hoje (28) em seu Twitter algo que já era esperado pelos analistas e pré-candidatos por todo o Brasil: que não irá participar das eleições municipais em primeiro turno. Atualmente sem partido, Bolsonaro corre contra o tempo para criar o seu próprio, o Aliança Pelo Brasil, a tempo de participar das eleições de 2022 e se mostra bastante cauteloso para com a possibilidade de apoios e alianças políticas até que possa fazer sua própria triagem na sua futura sigla. Seu plano B, no entanto, parece ser a filiação a um partido existente, até mesmo o PSL, sigla pela qual se elegeu presidente e proporcionou a eleição de diversas personalidades que não possuem força eleitoral própria, mas em que houve insustentáveis desentendimentos, com traições políticas e suspeitas de esquemas de corrupção internos com candidaturas laranjas (algo frequente em vários partidos após a criação do fundo eleitoral), além do fato de ele próprio não ter possuído o comando da instituição. Para se livrar de tais problemas, Bolsonaro requisita como condição para seu retorno a expulsão de 7 deputados federais, entre eles Julian Lemos, Joice Hasselmann e Junior Bozzella, e 1 senador, Major Olímpio, além de pleitear maior poder sobre o partido, itens que provavelmente não terão a aceitação da cúpula atual. Além de seu ex-partido mais recente, o presidente também conversa com o PTB e com o Progressistas.

Apesar da postura cautelosa em não declarar apoios nas disputas por prefeituras neste ano, Bolsonaro ainda pode influenciar bastante os rumos dos pleitos de 2020, seja enviando extraoficialmente seus filhos ou demais intermediários para ajudar em algumas campanhas rigidamente selecionadas, ou mesmo apoiando diretamente alguns candidatos no segundo turno.

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