Messi, Bolsonaro, o Aliança Pelo Brasil e demais siglas

Messi, Bolsonaro, o Aliança Pelo Brasil e demais siglas

Brazil president despises Messi for his criticism of Copa America| All  Football

Uma notícia tem agitado nos últimos dias o mundo do futebol: Lionel Messi, o melhor jogador deste século e para muitos o melhor de todos os tempos, pretende não jogar mais pelo Barcelona, clube que defendeu durante toda a sua gloriosa carreira como jogador de futebol. Essa notícia tem esquentado o mundo da bola e abre caminho para especulações e negociações no mercado futebolístico. 

Por outro lado, outra notícia também tem agitado bastante outro mundo, o da política brasileira: a declaração de Jair Bolsonaro de que ele não iria apostar todas as fichas na criação da Aliança Pelo Brasil e por isso estaria conversando com mais quatro siglas, entre elas o PTB e o PSL, seu antigo partido. 

Mas qual paralelo nós podemos traçar entre essas duas notícias? 

Assim como a grandiosidade de Messi enquanto atleta, Jair Bolsonaro é grandioso como político, é o presidente do país e goza de índices de popularidade que deixam atônicos os seus rivais. Qual torcedor de futebol não queria ver no seu time do coração o Messi jogando? Da mesma forma, qual presidente partidário não queria em seu partido o maior líder político e principal cabo eleitoral do país? 

Como apoiador e alguém que trabalha na construção do Aliança e portanto sabedor das burocracias inerentes a um processo de criação de um partido político no Brasil, creio que o presidente não está de fato abandonando o projeto, como a grande mídia vem noticiando (comemorando), também sei bem das dificuldades existentes na homologação da sigla e acho acertada a decisão do presidente em acenar para outras legendas. 

Mas muito mais do que simplesmente ter um partido para a disputa presidencial em 2020, o gesto de Bolsonaro revela uma inteligência estratégica elevadíssima. Com o passe valorizado, Bolsonaro aproveitou para ampliar o seu poder de barganha e, com esse gesto de abrir a possibilidade de ingressar em outro partido que não seja o Aliança, ele aumentou a sua base no parlamento, ainda que extraoficialmente. Ora, como já falamos, todos querem um político e cabo eleitoral do quilate do Bolsonaro, logo, para tentar atraí-lo, os parlamentares destes partidos tendem a votar nos projetos do Executivo Federal. 

E não fica por aí, o PSL tem fundos partidário e eleitoral multimilionários e por mais que o presidente não tenha a intenção de utilizar esses recursos, ele impede, ou ao menos dificulta bastante, que os seus traidores utilizem, além de acuá-los e diminuí-los politicamente. O PSL tem um ponto positivo que é o número já usado na última e vitoriosa campanha eleitoral, no entanto o partido, cheios de ladrões, é uma bomba relógio, prestes a explodir. 

O PTB, outro partido citado pelo próprio Bolsonaro, não deixa de ser uma boa opção, que, embora também tenha pessoas indigestas na sua base, vem promovendo importantes reformas internas que podem resultar em coisas boas. As outras duas legendas não foram citadas pelo presidente, portanto não temos como falar aspectos delas. 

Enfim, o que a oposição propaga como sendo uma fraqueza na verdade foi uma jogada de mestre do presidente. Bolsonaro ampliou a sua base, causou náuseas naqueles que o traíram recentemente e, principalmente, tirou o Aliança do foco da perseguição burocrática, pois sabendo que o bolsonarismo tem outras opções além do Aliança, os burocratas da Justiça Eleitoral, que sempre fizeram vistas grossas nas formações de outras legendas, pois nunca no Brasil um partido foi criado seguindo a rigor a Lei, e agora usam todo o rigor burocrático para dificultar a criação do Aliança, agora perderam grande parte do seu poder de barganha. 

A cada jogada, Bolsonaro mostra que é um grande estrategista e que cresce a cada dia, e o melhor: a oposição sempre achando que ele está perdendo. 


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