O atual cenário da gestão pública no Brasil vem passando por mudanças constantes e aceleradas que, muitas vezes, tornam-se imprevisíveis, porque, infelizmente, alguns representantes do povo estão desprevenidos quanto à modernidade e visão do futuro no que concerne ao tema Gestão.
A constância de mudanças repentinas no mundo é apenas um dos fatores desafiadores da gestão pública, pois hoje, por exemplo, os gestores precisam, além de demonstrar conhecimento técnico, também, de expertise na área de Gestão para defrontar os fatores caracterizados pela complexidade, competitividade, imprevisibilidade e volatilidade.
A administração pública já necessitava de urgentes mudanças, mas a pandemia da COVID-19 provocou atenção da população no que diz respeito ao alcance de níveis elevados de excelência na gestão pública. A sociedade está cansada de políticas públicas apenas para “inglês ver” (aquela que fica só no papel). Esperamos dos nossos representantes eficácia e eficiência na administração.
Nesse passo, para enfrentamento dos desafios encontrados na administração pública, os gestores públicos, bem como aqueles que apresentam relacionamento com a administração pública, necessitam de uma evolução e incorporação de práticas da boa Gestão às suas agendas estratégicas.
Essa ampliação movida pela pandemia que estamos sofrendo potencializou a preocupação por uma gestão pública estratégica como amparo em mecanismos de integridade e governança.
Governança Corporativa não é um sistema tão novo no mercado, mas a visão para Governança Pública, inserida inclusive pelo Decreto 9203/2017, podemos considerar como um tema ainda em desenvolvimento. Válido ressaltar que o primeiro ensaio sobre Governança Corporativa teve início no mercado norte-americano, quando acionistas das maiores organizações de fundos de pensão, visando garantir a confiabilidade do negócio, decidiram participar efetivamente da gestão da estrutura, fiscalizando os seus executivos, com escopo de evitar descontroles e fraudes. Com a evolução desse sistema nas organizações, os valores das ações aumentaram em decorrência da confiança e, por consequência, contribuiu e vem contribuindo para o crescimento econômico daquele país.
Conforme o artigo publicado no site da Fundação Dom Cabral – FDC: “a revolução da governança é uma confluência de todas as outras. Até agora, foi descrito que as organizações tem sentido mudanças nos mercados, valores, transparência, tecnologia do clico de vida, parcerias e na percepção do tempo. Todos esses movimentos levam a uma reorganização da governança corporativa, incentivando as empresas a adotarem uma postura mais crítica com relação à sua própria existência e propósitos”.
Portanto, percebe-se que, diante de um atual mundo dinâmico, as estruturas da administração pública necessitam ser coordenadas por meio de uma gestão estratégica em contínua mutação. Assim, a reunião de domínios da Governança Pública precisa estar intrinsecamente presente na Administração Pública, exemplo: governança de administração, gestão de pessoas, avaliação de riscos, controles internos, tecnologia da informação, entre outras, atuando na finalidade da responsabilidade social, integridade, capacidade de resposta, confiabilidade, melhoria regulatória, prestação de contas, transparência e conformidade com as regras (compliance).
Uma gestão estruturada, conforme supracitado, possibilita maximizar os serviços públicos, conduzindo os caminhos para um objetivo estratégico. Gestão estratégica é a arte de escolher os melhores caminhos!
O conhecimento sobre Gestão não se trata mais de um instrumento exclusivo utilizado por empresas, essa ferramenta primordial vem para determinar e estabelecer mecanismos para a efetividade das políticas públicas, de forma a alocar recursos de maneira a melhor atingir os resultados e metas.
Diante das singelas considerações acima tecidas, concluímos que a administração pública para avançar necessita de uma gestão moderna, organizada e estratégica, pois “a despeito de um passado ainda vigente, tornar visível o futuro que já se anuncia no presente” é o meio para transformar a Gestão Pública no Brasil.
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1 BECK, Ulrich. Sociedade de Risco: Rumo a uma outra modernidade. 2. Ed. São Paulo: 34, 2011.
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