A eleição de 2020 na capital paraibana é com certeza uma das que possuem maior número de candidatos com chance de segundo turno dentre todas de sua história. Segundo a última pesquisa do Ibope, por exemplo, existem seis candidatos com chance pela margem de erro. No entanto, é consenso entre os conservadores e liberais clássicos da cidade que não se deve votar em candidatos ligados a escândalos de corrupção, aliados de "caciques" conhecidos pela prática da velha política no estado ou que professam abertamente plataformas de esquerda, seja de forma extrema ou gradualista, como é o caso da social-democracia. O eleitor de direita pode se dar ao "luxo" de incluir em seu critério este último aspecto porque, atipicamente na história política recente da cidade, há candidatura de direita.
O celebrado fim da orfandade de representação política nos pleitos para com os direitistas se tornou possível após um sofrido e gradual processo de rompimento da hegemonia intelectual da esquerda no país encabeçado pelo filósofo Olavo de Carvalho e coroado com a eleição até precoce de Jair Bolsonaro em 2018. João Pessoa, uma cidade que proporcionou vitória eleitoral ao presidente em praticamente todos os seus bairros já no primeiro turno, não esconde sua inclinação à direita, e por isso não pode desperdiçar a oportunidade de se libertar das amarras políticas do fisiologismo e da esquerda ao menos em seu poder Executivo municipal. Diante de tal realidade, após realizar uma triagem mais óbvia, descartando as opções mais claramente fora dos critérios descritos, restam duas candidaturas, supostamente não havendo uma definição explícita sobre qual realmente merece receber os votos dos eleitores direitistas pessoenses, num cenário onde o voto útil será determinante para evitar um segundo turno entre fisiologistas e esquerdistas. Para solucionar esse aparente dilema é preciso esmiuçar maiores detalhes sobre ambas e refinar o critério de escolha.
Das duas alternativas, a primeira é conhecida pelo histórico de combate ao crime em dois estados, em delegacia e secretarias de governo, além de ter diversas especializações, nas áreas do Direito e da Gestão Pública, e ser professor universitário; a segunda, pelo estreito vínculo político com governantes locais, tendo sido inclusive chefe de gabinete de um prefeito do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o que lhe proporcionou, quando parlamentar, o apelido de "o homem dos mil cargos", por ter tido cerca de mil indicações em cargos na prefeitura, lhe garantindo grandes votações para a vereança; a primeira foi eleita, com plataforma abertamente bolsonarista, para a deputação estadual com a maior votação de João Pessoa; a segunda tentou a deputação, ficou na terceira suplência e assumiu por conta de um acordo com o governador mais socialista que a Paraíba já teve, compondo a base aliada deste na Assembleia; a primeira é relativamente nova na política e nunca se aliou a partidos de esquerda ou fisiologistas; a segunda já se coligou com PT e PSB e afirmou em entrevista (ao Correio Debate) "não ter veto a nenhum partido"; a primeira defende abertamente o presidente Jair Bolsonaro e sua maneira de governar, inclusive no próprio plano de governo; a segunda já afirmou que “Ricardo Coutinho será o melhor nome do nosso grupo para ser candidato a prefeito de João Pessoa, pois tem trabalho, reconhecimento, história. Eu, particularmente, darei todo meu apoio ao projeto do governador Ricardo Coutinho, caso seja candidato em 2020.” (ao portal Paraíba Online); a primeira tem o raro e restrito passe livre em visitas do presidente Bolsonaro à Paraíba, recebendo uma privilegiada atenção deste e de um de seus filhos; a segunda se restringe a arregimentar apoios de subcelebridades políticas de seu partido ou ligadas a este; o primeiro está na frente nas pesquisas, tecnicamente empatado na busca por uma das vagas do segundo turno; o segundo está muito atrás nas pesquisas e ataca constantemente o primeiro por meio de apoiadores.
Pessoas que compõem o núcleo tradicionalista católico da cidade devem, neste contexto, deixar de lado o dogmatismo exacerbado e de fato encarar a política como a arte do possível. Isso irá livrá-las de enxergar características desejáveis e ideais em candidatos sagazes que apenas simulam tê-las ou ressaltam alguns poucos traços que possuem em comum com elas, na tentativa de forçar um encaixe em sua ideologia. Já os evangélicos devem atentar-se mais ao histórico dos candidatos disponíveis do que a opiniões de pastores que outrora eram omissos em campanhas, simulando isenção, mas simpáticos a derivações da Teologia da Libertação (Teologia da Missão Integral), e consideram Marielle Franco, vereadora socialista defensora do aborto, da legalização das drogas, de ditadura socialista e da impunidade de criminosos, entre outras perversidades, como alguém "que lutou pelos direitos humanos", afirmando isso para literalmente o mundo ouvir. Esta é uma das eleições mais importantes da história de João Pessoa, não desperdice o seu voto.
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Lamento o Jornalista Diego não ter declinado os dois nomes que, possivelmente, irão pro segundo turno. Resido em Campina Grande; talvez por isso não tenha alcançado o foco do que escreveu. Mas, acredito que um seja o Virgolino - gente boa - o outro, não sei.
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