O último dia antes da eleição à presidência dos Estados Unidos é marcado por disputas acirradas em eleitorados-chave, como os da Flórida e da Pensilvânia. O sistema eleitoral americano é diferente do brasileiro. Lá o que determina o candidato eleito são os chamados delegados, que são representantes eleitos pelos eleitores de cada estado para votar nos presidenciáveis. Assim, um estado com muito mais eleitores que outro pode ter um número de delegados não tão maior proporcionalmente a este, o que faz com que seja possível o presidente eleito (ou reeleito) ter menos votos de eleitores americanos do que um perdedor.
A disputa está polarizada, como é da tradição do país, entre o Partido Republicano, de viés direitista, defensor, em linhas gerais, do conservadorismo e do liberalismo econômico, e o Partido Democrata, que já teve uma ideologia mais próxima ao primeiro há algumas décadas, mas há anos vem representando linhas de pensamento ligadas à esquerda radical, coletivismo, intervencionismo econômico, centralização de poder em detrimento da autonomia dos estados, política externa mais passiva e relativização moral. Donald Trump (Partido Republicano), atual presidente, busca a reeleição após realizar um governo com ótimos resultados econômicos e resgate a valores culturais americanos que vinham sendo negligenciados pela classe política, como a própria liberdade econômica, respeito à legítima defesa e porte de arma e autonomia geopolítica. Trump é um empresário de sucesso e ex-apresentador de TV, passando uma imagem carismática, firme e enérgica. Já Joe Biden (Partido Democrata), que já foi vice-presidente na chapa com Barack Obama, avaliado pelos americanos como o pior presidente que o país já teve nos últimos 70 anos, que está atuando em sua campanha, se apresenta como alguém que irá trazer de volta princípios marcantes da gestão deste, muito alinhados à configuração ideológica atual de seu partido. Biden passa uma imagem desgastada pela idade avançada (77 anos), apesar de ser apenas três anos mais velho que seu concorrente, apresentando lapsos frequentes, em que se confunde, esquece o que foi dito pouco antes, troca nomes e é pouco objetivo.
O cenário mostra, de acordo com as pesquisas eleitorais, que erraram gritantemente em 2016, uma vantagem média de 6,7 pontos percentuais para Joe Biden (Partido Democrata), mas, em estados-chave que podem decidir a eleição, há empate técnico, com destaque à curva ascendente do desempenho de Trump. Isso é reforçado pela busca da pergunta "posso mudar meu voto?" no Google pelos americanos nos últimos dias, tendo em vista que cerca de 92 milhões deles já votaram pelo correio, e pode ser explicado pelas graves denúncias que o candidato democrata vem sofrendo, sobre sua conduta sexual possivelmente abusiva e suposto envolvimento de seu filho com a criminalidade, embasado por vídeo vazado recentemente.
Esta eleição possui suma importância para o Brasil e o mundo, pois são visões profundamente antagônicas em disputa. O presidente Jair Bolsonaro possui alinhamento ideológico com o atual presidente americano, o que proporcionou perspectivas e acordos diplomáticos e econômicos sem precedentes entre Brasil e EUA. Por outro lado, Joe Biden já mostrou que será um ferrenho adversário ideológico do presidente brasileiro caso vença o pleito, tendo afirmado inclusive que poderia punir com sanções o Brasil em caso de descumprimento de normas internacionais arbitrárias sobre meio ambiente. Em termos mundiais, Trump tem uma visão oposicionista aos chamados eixos globalistas, grupos ideológicos, políticos e econômicos que possuem anseios de dominação mundial: Rússia e China; terroristas islâmicos; e grandes bilionários ocidentais. Ele pratica uma ferrenha e competitiva política de comércio internacional para com os primeiros, inibindo a perda de autonomia econômica e a espionagem; e uma criteriosa política de imigração contra os segundos, além de ativa estratégia militar. O único campo em que parece não estar tendo resultados efetivos no combate ao globalismo é contra os grandes conglomerados dirigidos pelos bilionários cuja agenda é de controle social e relativização moral, financiando movimentos anarquistas e entidades revolucionárias ao mesmo tempo em que cerceiam a liberdade dos usuários das redes sociais por meio de suas empresas. Joe Biden viraria do avesso a postura que Trump vem adotando nesse quesito, afrouxaria a política de imigração, relativizaria atentados, abriria espaço a empresas chinesas, que são obrigadas a prestar contas ao governo ditatorial de seu país de origem, e faria os EUA perderem a autonomia geopolítica que tem a duras penas contribuído para o planeta não entrar num insustentável desequilíbrio, além do fato de que seria ele mesmo um braço dos bilionários globalistas, assíduos financiadores do Partido Democrata, na presidência.
Ademais, a pandemia de Covid-19 concedeu à disputa eleitoral um acirramento que não a acometeria se Trump não tivesse adotado uma postura aberta ao lockdown e às políticas excessivamente restritivas, pondo a baixo a curto prazo o até então robusto desempenho econômico do país por conta de uma aposta equivocada em um método nunca antes testado de combate à proliferação em massa do vírus. Com isso, o presidente americano desarmou sua narrativa para justificar a crise econômica e enalteceu a ineficácia da tática inédita que não rechaçou, algo que Jair Bolsonaro mostrou-se sábio em fazer.
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