Hoje (21) pela manhã o candidato a prefeito de João Pessoa Nilvan Ferreira (MDB), junto a seu vice, o Major Milanez (MDB), conversou com lideranças de organizações e movimentos conservadores da cidade na sede de apoio à criação do partido Aliança Pelo Brasil, no bairro do Bessa. O deputado estaudual Cabo Gilberto (PSL) também estava presente. Estive no evento e Nilvan respondeu a questionamentos que realizei.
Indaguei se ele tem alguma estratégia para que possa alcançar o eleitor de classe média, que até o momento não apresentou simpatia à sua candidatura, além das já praticadas, como discurso e equipe técnicos e vice militar. Nilvan falou que pretende realizar visitas qualitativas, identificando os eleitores de Wallber Virgolino (Patriotas) e focando em persuadi-los; anunciar três nomes técnicos para secretarias, personalizando mais a toada técnica; desconstruir mais a imagem de Cícero Lucena (Progressistas), apontando quatro pontos negativos de sua gestão e mostrando sua experiência como ruim para a cidade, inclusive no debate de hoje, na TV Correio; e expor o risco considerável de haver lockdown num eventual governo de seu adversário, tendo em vista que os apoiadores dele são defensores e praticantes de tal política.
Sobre economia, questionei o que ele pensa sobre parcerias público-privadas nas áreas do ensino e da saúde, inclusive por meio da política de voucher para creches, escolas e hospitais privados. Nilvan afirmou que defende a ideia de que os hospitais privados podem ser financiados pela prefeitura para realizar exames e cirurgias em horários ociosos dessas empresas, atendendo aqueles que estão na fila do SUS, e que também aderiu à proposta para voucher em creches privadas, enquanto não houver capacidade de atendimento por parte das públicas, mas afirmou que tal política, para as escolas privadas, só será pensada no caso de a rede pública do ensino também não conseguir prover número suficiente de vagas.
Ademais, o candidato focou no discurso de que a direita de João Pessoa precisa se unir para impedir que o grupo político do governador João Azevêdo (Cidadania), que representa uma coalizão de esquerda no estado, seja fortalecido e evitar que um gestor simpático à política de lockdown (fechamento do comércio) possa ter a oportunidade de implantá-la novamente na cidade, como, segundo Nilvan, já vem indicando, inclusive por meio de apoiadores, que fará, colocando a população como culpada pelo aumento no número de contaminações por Covid-19.
A figura do Major Milanez realmente é mais explorada para captar a simpatia do eleitor conservador, pelo fato de ser um militar e fazer mais uso de linguagem ideológica mais apropriada ao grupo, apesar de possuir um passado recente petista, tendo, segundo ele mesmo, votado em Lula (PT) nas duas vezes em que foi presidente e em Dilma Roussef (PT) em 2010. Ele reforçou que a prioridade dos conservadores pessoenses no momento deve ser a eleição de Nilvan.
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