Na semana internacional de combate à corrupção (9 de dezembro - Dia internacional contra a corrupção), não poderíamos deixar de fora algum assunto relacionado ao tema. Portanto, espero que goste deste artigo, que trata, em ressunta, sobre cultura.
Pois bem! Quem nunca escutou que para o brasileiro tudo tem um “jeitinho”. Essa cultura de tirar vantagem em tudo, independentemente da maneira ou circunstância, infelizmente está enraizada em nosso país.
Segundo especialistas em mecanismos de integridade e medidas anticorrupção, uma das barreiras mais difíceis de transformação é a cultura. Apesar de ser um trabalho árduo e moroso, a disseminação da cultura da integridade e obediência às regras é uma ferramenta eficaz e traz excelentes resultados em todos os âmbitos, inclusive o econômico.
Daniel Coyle, autor do livro “Equipes Brilhantes”, conceitua de uma forma precisa que “cultura é o conjunto de relacionamentos vivos que trabalham em benefício de uma meta compartilhada.”. Nesse passo, percebe-se que a mudança de uma cultura depende de compartilhamento e relacionamentos alinhados a um propósito.
Provavelmente esse conceito era bem conhecido por Alexandre Magno, Alexandre, o Grande, como também ficou conhecido, pois conquistou um vasto território em poucos anos por meio do aculturamento de algumas nações. Alexandre Magno, ou Alexandre, O Grande, foi um dos maiores conquistadores, estrategistas militares e administradores políticos da história universal. A intenção de Alexandre era integrar diversas culturas num único império. Nesse passo seus objetivos não eram estritamente militares, mas sim transformar a cultura. Por meio do enfraquecimento da cultura local, Alexandre avançava com as suas ideias e métodos de domínio.
Com as conquistas de Alexandre, a cultura no Mundo Antigo sofreu grandes transformações por meio do helenismo. Alexandre era extremamente estrategista e possuía uma metodologia diferente de conquista. Ele procurava preservar a cultura das regiões que foi progressivamente conquistando, mas também promovia a mistura da cultura helênica (isto é, grega) com essas culturas, criando o que o historiador alemão do século XIX, Johann Droysen, denominou como helenismo.
Ora, analisando esse método de conquista, percebe-se que Alexandre entendia sobre a importância da cultura e que por meio dela é possível influenciar nações ou até mesmo manipulá-las para o seu benefício próprio.
Mas o que este artigo pretende despertar?
Este texto tem como escopo provocar no leitor a necessidade de combater a cultura da troca de favores, do “jeitinho brasileiro”!
Por exemplo, não é de interesse dos políticos corruptos que essa cultura seja modificada no Brasil. Pelo contrário, a pregação da cultura da integridade pública é uma pedra de tropeço para aqueles que utilizam artifícios ilícitos! Sem a cultura da troca (você me ajuda com isso que te dou aquilo), o famoso toma lá, dá cá, ficaria muito mais difícil para alguns personagens da política! Infelizmente essa cultura ainda é uma arma utilizada pelos políticos corruptos para chegar ao poder!
Desde a chegada dos portugueses no Brasil a cultura da troca está sendo implantada. Os primeiros contatos não foram violentos, pois aconteceram os chamados escambos – as trocas de produtos entre portugueses e indígenas. Os indígenas extraíam pau-brasil para os portugueses e recebiam, em troca, objetos como espelhos, facões e foices. O reflexo disso já conhecemos! Mas é possível a mudança?
Não é fácil, mas possível! Para desconstrução dessa cultura do “jeitinho brasileiro” há necessidade de um processo de longo prazo e esforço, mas também de um exército que entenda sobre a necessidade de conscientização das pessoas! Para que essa mudança seja realidade precisamos dar o primeiro passo, o qual é um passo muito – se não o mais – importante na jornada!
A construção da cultura de integridade é essencial para o bom desenvolvimento e a sustentabilidade do nosso país. E, para construí-la, os princípios e fundamentos da integridade em todas as áreas deverão ser difundidos e disseminados até que permeiem e atinjam todo o território brasileiro! Você está pronto para fazer parte desse exército de combate à corrupção?
“Quem anda em integridade, anda em segurança” (Provérbios 10.9).
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