O liberalismo no governo Bolsonaro deixou de existir?

As pautas liberais no governo Bolsonaro perderam força, ou nunca existiram? A nomeação de Paulo Guedes como Ministro da Economia do Brasil trouxe certa esperança para quem defende o liberalismo econômico, não apenas pelo seu currículo, mas por defender tal ideologia. Porém o andar da carruagem está bem diferente do que se esperava. O Ministro por diversas vezes teve suas “pernas quebradas” por quem o contratou, impedindo-o de caminhar e aplicar na economia do país o liberalismo. 

Até o momento percebemos que o que Paulo Guedes defende é destoante das ações que o Presidente adota. As próprias privatizações ainda não passaram de promessas de campanha. Podemos citar o caso da saída de Salim Mattar da Secretaria de Desestatização e Privatização por não estar satisfeito com o ritmo das privatizações. Não adianta defender que isso não aconteceu por causa de impedimentos do Congresso, pois de acordo com o STF, as empresas subsidiárias podem ser livremente privatizadas pelo governo federal, enquanto apenas as “empresas mãe” precisam de autorização no Congresso. 

Quem votou em Bolsonaro, votou porque buscava algo diferente dos governos anteriores, e essa diferença viria com o liberalismo de Guedes e, por consequência, o desenvolvimento do país. Os desejos do economista foram frustrados e a mudança que o país precisava vem perdendo força. Para se ter uma ideia do quão distante vem ficando as ações do Presidente em relação ao liberalismo, em uma visita sua à Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), ele falou o seguinte: “Para quem fala em privatização, enquanto eu for o presidente da República, essa é a casa de vocês. Nenhum rato vai querer privatizar isso aqui para beneficiar seus amigos.”. 

Nem precisamos ficar na seara das privatizações, mas podemos ir para as reformas. Podemos citar a Reforma Administrativa que foi engavetada por temor do Presidente de acontecer no Brasil os mesmos protestos que aconteceram no Chile. Se observarmos que a Reforma da Previdência, muito menos popular e atingia uma quantidade de pessoas muito maior, não gerou uma quantidade significativa de protestos, podemos inferir que foi apenas uma desculpa do Presidente, para frear a Reforma Administrativa. 

Esse texto serve apenas de alerta, para que fiquemos atentos aos próximos passos do Presidente, se estão realmente alinhadas ao Liberalismo, ou se ele vem deixando essas pautas de lado, e seguindo para um caminho diferente.

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