Vejam o caso da bela moça da cidade de Jiquititi: Joana Bacamarte M. S., 25 anos, solteira, estudante da área da saúde, uma exímia estudante, diga-se de passagem, nunca trabalhou na vida, boa filha e bem educada.
Joana tem o hábito de tomar drinques com as amigas no final de semana, acompanhado de um belo sushi fresco de qualidade, como também viajar para curtir um final de semana nas belas praias do nordeste em seu período de folga de suas atribuições estudantis.
Joana também é seguidora de páginas nas redes sociais como Alfinetei e Mídia Ninja. Numa bela manhã de segunda-feira, ela abre uma dessas páginas, convergindo em opinião e pensamentos acerca de medidas inconstitucionais ou restritivas, para diminuir o contágio da nova cepa do vírus do Koveed-1999, tudo em nome da ciência, como lockdown, abrir restaurantes e bares por no máximo 120 minutos por dia, fechamento de igrejas e academias, até mesmo proibir “perigosos” banhos de mar e discriminar pessoas que não usem máscaras.
Na sexta-feira, no entanto, vem o conflito, está precisando se divertir, desopilar, tomar um banho de mar, mas está cabreira, pois na última segunda-feira defendeu com afinco as medidas “altamente científicas” em combate à nova cepa. Até discutiu com algumas amigas e familiares após compartilhamento de uma postagem de um story no Instagram.
Joana resistiu na sexta, porém no sábado acordou com sentimentos esquisitos e mais intensos em seu coração e na mente, uma certa tristeza, uma certa solidão. Queria badalar, porém ia de encontro com o que protestara. Estava envergonhada caso saísse para pedalar na praia e lhe encontrassem na rua. A sintomatologia agravou.
Não se conformando com a situação, logo na segunda-feira, após sua aula online, procurou auxílio médico com o Doutor João Casilias, referência na cidade de Jiquititi, em saúde mental.
Relatou ao médico que não sabia o que fazia, pois estava com muita vontade de desparecer, se sentindo angustiada dentro de casa, queria pedalar com os amigos na praia, fazer algo que a divertisse, porém estava preocupada com a sua reputação devido às suas convicções de outrora.
Após o médico fazer o exame clínico, aconselhou prontamente a nobre jovem: “Olha, não quero ficar aqui em situação de conflito ou julgar suas convicções, alguns estão mal orientados e precisam de uma certa benevolência, não obstante necessitam, também, que sejam alertados, que quem vive com esse discurso politicamente correto, um dia, prejudica a saúde mental ou se afoga em hipocrisia, por isso terás que suportar agora, curtir vossa vida e o advento das piadas concomitantemente ou pegar uma depressão dentro de casa”.
Pobre Joana, saiu preocupada, disse a si mesma que nunca mais discutiria coisas do gênero nas redes sociais ou com os mais próximos. Sentiu na pele as negociatas da liberdade.
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