Sempre que peço a alguém para citar uma conquista do movimento feminista, o tal do divórcio já vem na ponta da língua. Isso é interessante, pois em nenhum tipo de situação o divórcio deveria ser tratado como uma conquista. O motivo é simples: ninguém se casa almejando se divorciar.
Homens e mulheres se casam esperando que aquela relação dê certo e dure para o resto da vida. Ainda que aconteçam abusos, agressões ou adultérios nesse percurso e o divórcio seja uma saída justa, ele continua sendo o atestado de um relacionamento que fracassou e não há o que se comemorar nisso. Um casamento falido é sempre algo muito triste!
Vale frisar que mesmo que o divórcio fosse uma conquista a ser celebrada, não há o que se colocar na conta das feministas. Apesar de o movimento sempre ter endossado o divórcio como algo maravilhoso e ser um influenciador direto na dissolução de tantos casamentos hoje, ele não é o responsável pelo "direito" que as mulheres têm de deixar seus maridos.
O divórcio existe praticamente desde que o mundo é mundo e não porque as feministas lutaram para que ele fosse garantido. Podemos encontrar na Bíblia, por exemplo, várias citações em referência ao divórcio. Será que já existiam militantes feministas nos tempos de Moisés ou de Jesus? Claro que não!
O que o feminismo realmente conseguiu então? Banalizar o divórcio, de modo que qualquer mulher possa recorrer a ele simplesmente porque acordou de mau humor e decidiu que não quer mais permanecer casada com o homem ao seu lado, a quem jurou amor eterno. Pior do que isso, graças ao movimento feminista, muitas mulheres hoje se casam já repetindo a famosa frase: “se não der certo, separa.”.
A pergunta que não quer calar é: mas será que essa banalização do divórcio trouxe mesmo benefícios à mulher? Isso eu respondo na próxima postagem dessa série.
Por Mariana Selim.
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