A medida do conservadorismo

Esquerdistas berram: 

“Bolsonaro está no segundo casamento e não é conservador, é um hipócrita!”. 

Moralistas gritam: 

“Roberto Jefferson já foi preso, o ‘leão’ conservador é um oportunista”. 

Nenhum ser humano pode ter sua normalidade (natureza humana) definida pelos atos de sua intimidade, mas somente pela sua visão de mundo. O ser humano não pode ser rotulado por fatos socialmente neutros, sem valor de crime, como a vivência da sexualidade e o exercício da liberdade de expressão. A intimidade sempre é tensa e possui uma carga psicológica muito alta, cujo julgamento moral pertence ao poder soberano e inviolável de Deus — por mais que façamos também nossos juízos. 

Essa relatividade da vida privada é, pois, um pilar da Verdade Universal e uma força contrária ao relativismo. Nisso consiste a diferença entre o pecado da carne e o pecado da consciência. O brasileiro sofre do primeiro pecado, mas o resto do mundo sofre do segundo (mais grave). 

Não existe um conservador padrão, que esteja perfeitamente enquadrado numa moldura de códigos e comportamentos. O conservador só pode ser conservador a partir dos valores que ele defende na sociedade. A partir dos ideais que professa de coração, ainda que os viva de forma imperfeita — mesmo porque esta imperfeição é a condição humana natural. 

O Conservador é justamente o arquétipo do brasileiro: ser a favor de armas para o povo, contra o aborto, contra drogas, a favor da Fé, ser contra isso ou aquilo. 

O fato de o brasileiro conseguir ou não viver no máximo de sua intimidade o que ele acredita fala sobre sua salvação, mas jamais sobre sua normalidade. Nem, muito menos, sobre sua honestidade política. 

A salvação, que só a Deus pertence, exige do cristão o testemunho público de fé. Os grandes heróis do ocidente foram homens que romperam com a elite corrupta e mostraram virtude na hora mais necessária. 

Não confio no bom mocismo farisaico. Principalmente na política. 

Roberto Jefferson é conservador precisamente por não ser puritano.

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