Brasil: líder de esquerda nacional diz que Bolsonaro entende mais da psicologia popular que a própria esquerda

Brasil: líder de esquerda nacional diz que Bolsonaro entende mais da psicologia popular que a própria esquerda


Em entrevista à Jovem Pan, o político e jornalista Rui Costa Pimenta, um dos líderes do Partido da Causa Operária (PCO), teceu críticas à esquerda e ao PT, partido do qual foi expulso em 1989. 

Eu fui militante do PT. Fomos expulsos no final da década de 80 justamente pelo problema dos acordos com a burguesia. Nós sempre criticamos e achamos que é um beco sem saída para os trabalhadores”, contou Rui Costa. 

Em outro momento ele falou do governo Lula e de seus erros na forma de governar: “O governo Lula fez algumas reformas importantes, mas você não vai resolver os problemas do país com os donos do país. Você teria que romper. É possível [chegar ao socialismo], em tese, ao fazer reformas políticas e mudar o sistema democrático”. 

Analisou também os nomes até aqui já mencionados como pré-candidatos à presidência e disse que Bolsonaro leva vantagem na psicologia popular: “A eleição é feita pela imprensa, o Moro já está lá, o Doria já está lá. Bolsonaro entende melhor a psicologia popular que a própria esquerda, ele nada de braçada nessa situação. Guilherme Boulos é um político artificial, ele não é um genuíno líder popular.”. 

Para ele, a revolução de extrema-esquerda defendia pelo PCO jamais aconteceu no mundo: “Todos os países que fizeram uma revolução e acabaram com a propriedade privada pararam no meio do caminho, não podemos apontar como modelo. Temos que considerar que todos são países pobres, os países ricos não sofreram uma revolução”. 

Sobre as tentativas dos países de impor as ideias de revoluções pelo mundo que acabaram dando errado, Rui Costa tem uma explicação: “Cuba é um país muito mais pobre que o Brasil, logo, você não vai construir uma sociedade de abundância. A Alemanha oriental era um terço da Alemanha. A União Soviética era um país mais atrasado que o Brasil hoje”. 

Já sobre o progressismo contemporâneo, Rui fala que é apenas uma fachada, uma forma de sustentar o capitalismo: “Esse progressismo é uma fachada porque o capitalismo está muito fraco. O capital precisa apresentar uma face humana que defenda, por exemplo, a mulher e os negros.”.


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