Um colunista da Folha de São Paulo (Maurício de Miranda Ventura) havia explicado em 28 de setembro deste ano que a Organização Mundial de Saúde (OMS) havia tomado a iniciativa de substituir “senilidade” (código R-54) por “velhice” (“velhice sem menção de psicose; senescência sem menção de psicose; debilidade senil”, MG2A) em sua Classificação Internacional de Doenças (CID). O catálogo traz 55 mil códigos para lesões, doenças e causas de morte, e implicou a criação de uma linguagem compartilhada para informações sobre saúde, fomento de políticas públicas, etc.. A nova versão (a 11ª, desde 1983) do CID deve vigorar a partir de janeiro de 2022.
Segundo a mesma Folha, a OMS alegou que a substituição foi decidida após discussões que referiam o significado cada vez mais negativo de “senilidade”. Na geriatria, o termo está associado ao envelhecimento junto às doenças crônico-degenerativas e suas decorrências, e se opõe a “senescência”, que diz respeito simplesmente àquele que envelhece.
No entanto, a medida pode dificultar diagnósticos, coletas de dados e também pode acentuar o preconceito contra idosos.
Após uma série de críticas de organizações científicas, a OMS recuou da decisão.
"Essa decisão agora coloca um freio no idadismo que iria atingir níveis sem precedentes. De repente, ficaríamos todos com o rótulo de velhos. Se é velho, deixa morrer. Não vai tratar, não vai fazer diagnóstico", diz Alexandre Kalache, médico e gerontólogo brasileiro.
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