O ex-secretário de Saúde da Paraíba, que exerceu o cargo durante o governo de Ricardo Coutinho (PT), Waldson de Souza, fez uma delação no âmbito da Operação Calvário, que apura desvios de mais de R$ 100 milhões em dinheiro público na área da Saúde do estado por meio de Organizações Sociais. No novo depoimento, Souza cita supostos crimes graves praticados pelo atual governador, João Azevêdo (Cidadania), que, segundo ele, "atuou de forma efetiva para obstruir a justiça, orientando seus comparsas após a deflagração da Operação Calvário na Paraíba, no sentido de destruir provas, esconder conexões e camuflar". Confira trecho da delação:
"Quando fora cumprido o mandado de busca e apreensão da residência de Gilberto Carneiro, já sabíamos de tudo como iria ocorrer, pois fomos convocados (Eu, Claúdia Veras, Buba Germano e Geraldo Medeiros) para uma reunião na granja no dia 29 de abril de 2019, na oportunidade foi chamando para entrar no escritório um a um para passar as instruções e o que ocorreria. Lembro bem, pois apesar de nos informar da operação citada, ainda me exonerou e deixou claro que estava seguindo orientação do MP — não citou nome — mas informou que ocorreria uma operação do GAECO no dia seguinte ou após ao feriado do dia 01 de Maio, deixando todos cientes que seria apenas na casa de Gilberto e que eu poderia ficar tranquilo naquele momento e que ninguém iria ser preso, o que de fato ocorreu no dia seguinte a nossa conversa, dia 30 de abril de 2019.".
Segundo o delator, Carneiro, secretário de Administração da Paraíba durante o governo Ricardo, era “responsável pela condução de toda a parte jurídica que escamoteava as operações criminosas, bem como fazia a interlocução da mesma com membros do Poder Judiciário e TCE-PB, inclusive com cooptação de membros de tais instituições”.
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