O ex-ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, conduziu uma aula esclarecedora onde abordou as nuances por trás das recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva referentes a Vladimir Putin e ao Tribunal Penal Internacional. No contexto de uma discussão sobre a politização de valores, Araújo explorou o uso de "máscaras" de valores e ofereceu uma análise das afirmações feitas por Lula sobre a possível prisão de Putin em uma visita ao Brasil.
Durante uma viagem à Índia, Lula afirmou que Putin poderia visitar o Brasil sem enfrentar prisão, alegando ser presidente e ter convidado o líder russo. No entanto, uma repórter indiana lembrou que o Brasil é signatário de um tratado internacional que estabelece o Tribunal Penal Internacional, o qual emitiu um mandado de prisão para Putin. Após a repercussão negativa de sua declaração inicial, Lula alterou seu discurso, inicialmente alegando desconhecimento do tribunal e, posteriormente, caracterizando o Tratado de Roma como um dos "tratados prejudiciais" impostos aos países em desenvolvimento.
Ernesto Araújo contextualizou as mudanças de posicionamento de Lula e suas implicações, destacando a percepção de que, na visão de Lula, sua amizade com Putin pode superar a necessidade de respeitar o tribunal internacional. Araújo também contestou a afirmação de que Lula desconhecia a existência do tribunal, citando as repetidas declarações da extrema-esquerda durante o governo Bolsonaro, sugerindo que o presidente brasileiro seria julgado por esse órgão internacional. Isso revela a relevância desse tema no cenário político da oposição ao governo.
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