A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deve avaliar, nesta terça-feira (26), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa proibir o aborto em qualquer circunstância no Brasil. A proposta, que foi protocolada em 2012 e tem como autor o ex-deputado Eduardo Cunha, defende a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção, o que implica na criminalização de todas as formas de interrupção da gestação. Se aprovada pela CCJ, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde poderá ser discutida e votada, com chances de provocar intensos debates entre parlamentares e diferentes setores da sociedade, como grupos pró-vida e defensores dos direitos reprodutivos das mulheres.
Confira detalhes no vídeo:
A proposta de Cunha gera uma grande divisão de opiniões no país. Defensores da PEC argumentam que o direito à vida deve ser garantido desde a concepção, considerando o aborto como uma violação dos direitos do nascente. Para esses grupos, a proposta busca proteger os valores familiares e a moralidade pública, criando uma legislação que, segundo eles, salvaguardaria o direito dos fetos à vida. Além disso, alguns apoiadores veem a PEC como uma forma de corrigir o que consideram um avanço excessivo das pautas relacionadas ao aborto, que já foram debatidas em outras ocasiões, mas sem uma resolução definitiva em nível constitucional. No entanto, adversários da medida afirmam que essa proposta representa um retrocesso nos direitos das mulheres, que passariam a ter menos autonomia sobre seus próprios corpos e decisões reprodutivas.
A PEC gerou, ainda, uma forte reação de movimentos feministas, especialistas em saúde pública e outros setores da sociedade civil, que temem as consequências dessa regulamentação. Para esses grupos, a criminalização do aborto em qualquer circunstância pode resultar em mais mortes e complicações para mulheres que, em situações de risco, não teriam acesso a procedimentos seguros e legais. Além disso, essa mudança constitucional poderia levar à marginalização de mulheres em contextos de violação sexual ou de gestação inviável. A discussão sobre o aborto envolve questões profundas sobre saúde, direitos humanos, religião e moral, e a aprovação de uma PEC tão abrangente teria repercussões duradouras sobre as políticas públicas de saúde e justiça no Brasil. A decisão da CCJ nesta terça-feira será um marco importante nessa polêmica, que continua a dividir a opinião pública no país.
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