As eleições de 2024 para a prefeitura de São Paulo, agora em segundo turno, trouxeram à tona uma nova polêmica sobre o perfil dos eleitores e a associação entre ideologia política e criminalidade. De acordo com os dados da apuração, o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, recebeu 72% dos votos dentro das unidades prisionais do estado. Em contraste, Ricardo Nunes, atual prefeito e candidato apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro, teve apenas 20% dos votos nas mesmas seções.
Este dado foi interpretado por alguns comentaristas como um reflexo de uma suposta conexão entre a ideologia de esquerda e o crime organizado. A análise argumenta que, historicamente, o pensamento marxista teria influenciado a organização de grupos criminosos no Brasil, especialmente no contexto de treinamentos e ideologias que surgiram durante o regime militar.
Durante o período de repressão militar no Brasil, os guerrilheiros comunistas e outros opositores ao regime foram presos e, supostamente, promoveram a disseminação de ideias marxistas entre a população carcerária. Com o tempo, essas ideias teriam ajudado a estruturar organizações criminosas, que passariam a atuar de maneira mais articulada e planejada, como visto em facções atuais. Esse processo, segundo a interpretação de alguns analistas, criou uma “ligação conceitual” entre o crime e a ideologia de esquerda.
Ainda dentro dessa linha de pensamento, a doutrina marxista identifica os chamados "lumpenproletariado" — um grupo marginalizado da sociedade, incluindo criminosos e indivíduos considerados excluídos. Essas pessoas, de acordo com os defensores da ideologia, são vitimadas por um sistema opressor, e o crime seria uma resposta à exploração econômica. O debate sobre a relação entre criminalidade e ideologia de esquerda deve continuar a aquecer as discussões até o fim das eleições em São Paulo.
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