MUNDO: DEPUTADOS PROTESTAM COM “DANÇA DE GUERRA” DURANTE VOTAÇÃO NA NOVA ZELÂNDIA

Na quinta-feira (15/11), o Parlamento da Nova Zelândia foi palco de um protesto inusitado quando um grupo de deputados indígenas realizou uma performance de Haka durante a votação de um polêmico projeto de lei. A dança tradicional maori, que remonta às origens do povo maori e era originalmente executada antes das batalhas para demonstrar força e unidade, foi usada pelos parlamentares do Te Pāti Māori ("O Partido Maori", em português) como uma forma de protesto contra a proposta legislativa. O projeto em questão visava alterar a interpretação do Tratado de Waitangi, um documento assinado no final do século XIX, que garante direitos iguais para maoris e colonos britânicos. A mudança proposta gerou grande controvérsia, especialmente entre os representantes da população indígena, que vêem a alteração como uma ameaça aos direitos que o tratado assegura.

Confira detalhes no vídeo:

O protesto ocorreu no momento exato da votação do projeto, quando os parlamentares do Te Pāti Māori se levantaram e começaram a executar o Haka no plenário. Durante a performance, a deputada Hana Rawhiti, uma das figuras centrais do protesto, rasgou o projeto de lei enquanto dançava, em um gesto simbólico de repúdio à proposta. O Haka, uma dança de guerra tradicional, foi escolhido como uma forma de chamar a atenção para o descontentamento dos maoris com as mudanças legislativas que, segundo eles, poderiam enfraquecer os direitos garantidos pelo Tratado de Waitangi. As imagens do protesto foram rapidamente compartilhadas nas redes sociais, com a deputada Rawhiti publicando um vídeo do evento em seu perfil no Instagram, onde ela descreve o ato como uma mobilização do Te Pāti Māori, enquanto, simultaneamente, o povo maori se mobilizava nas ruas em todo o país.

O episódio gerou discussões acaloradas tanto no Parlamento quanto nas redes sociais. Muitos apoiadores do protesto viram o gesto como uma defesa legítima dos direitos maoris, enquanto críticos argumentaram que a interrupção do trabalho legislativo poderia ser vista como uma tentativa de intimidar a oposição. A controvérsia em torno do projeto de lei reflete as tensões históricas entre os maoris e o governo da Nova Zelândia, que remontam ao período da colonização. O Tratado de Waitangi, considerado um dos pilares dos direitos dos maoris, continua sendo um ponto sensível no país, e qualquer tentativa de modificá-lo desperta sentimentos profundos entre os descendentes da população indígena. O protesto no Parlamento, mais do que uma simples performance cultural, representou uma reivindicação política importante para o Te Pāti Māori, que busca garantir que os direitos e a cultura maori sejam respeitados e preservados diante das mudanças no cenário político da Nova Zelândia.

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