A justiça argentina confirmou nesta quarta-feira (13/11) a condenação da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner a seis anos de prisão por fraude e corrupção, o que a torna inelegível para cargos públicos. A decisão foi proferida pelo Tribunal Federal de Cassação Penal, que ratificou a sentença do caso conhecido como "Vialidad". A acusação envolve o desvio de recursos públicos e a concessão ilegal de contratos rodoviários a empresas de amigos próximos de Kirchner, entre 2007 e 2015, durante seu governo. A ex-presidente foi considerada culpada de favorecer um empresário na atribuição de 51 obras de infraestrutura rodoviária, um esquema que envolveu o repasse de grandes quantias de dinheiro público a empresas ligadas a aliados políticos e empresários que mantinham estreitas relações com ela.
Confira detalhes no vídeo:
Cristina Kirchner, que foi presidente da Argentina por dois mandatos consecutivos, entre 2007 e 2015, e vice-presidente de 2019 a 2023, ainda pode recorrer da decisão. O tribunal, no entanto, rejeitou as apelações anteriores e manteve a condenação, além de declarar que a ex-presidente está inelegível, ou seja, não poderá disputar futuras eleições. A sentença marca um novo capítulo em um processo judicial que tem sido acompanhado de perto tanto na Argentina quanto internacionalmente, dada a importância política e os desdobramentos jurídicos envolvendo uma das figuras mais influentes da política argentina. Além de sua participação direta nas concessões de obras públicas, Cristina também é acusada de ser parte de um esquema de corrupção que teria favorecido empresários em troca de benefícios econômicos e políticos.
Apesar da condenação, Cristina Kirchner tem mantido uma postura desafiadora e não esconde sua intenção de continuar atuando politicamente, embora agora enfrente sérios obstáculos legais. O veredicto não encerra o processo, já que a defesa da ex-presidente ainda pode recorrer à Corte Suprema da Argentina, o que poderia adiar uma execução mais definitiva da sentença. A decisão também ocorre em um momento delicado, com Cristina Kirchner ainda exercendo funções como vice-presidente, o que tem gerado tensão política no país. Aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-mandatária argentina, que continua sendo uma figura central na política argentina, enfrenta agora um cenário em que a sua capacidade de influenciar decisões e participar da vida pública fica seriamente comprometida por conta das acusações de corrupção que marcam sua trajetória.
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