Em meio às discussões sobre a política comercial que adotará durante seu novo mandato, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação de Robert Lighthizer, ex-chefe do USTR (United States Trade Representative), para liderar as políticas tarifárias de sua administração. Lighthizer, que já desempenhou um papel fundamental nas negociações comerciais dos Estados Unidos durante a presidência de Trump, tem um histórico de priorizar medidas protecionistas, o que sugere que sua nova função será marcada por estratégias de endurecimento nas relações comerciais internacionais. A nomeação de Lighthizer ocorre em um momento de grande tensão entre os EUA e diversas potências econômicas, especialmente a China, um país que continua sendo alvo de críticas no governo americano por práticas comerciais consideradas desleais.
Confira detalhes no vídeo:
Trump, que já havia adotado uma postura agressiva em relação à China durante seu primeiro mandato, renovou suas promessas de campanha, defendendo a imposição de tarifas de até 60% sobre produtos chineses. A medida visa, segundo ele, reduzir o déficit comercial dos EUA e pressionar a China a adotar práticas comerciais mais transparentes e justas. A promessa de uma taxação mais alta sobre as importações chinesas, já uma marca registrada de sua política econômica, reforça o compromisso de Trump com a política de "America First" (A América em Primeiro Lugar), que prioriza os interesses econômicos dos Estados Unidos em detrimento das relações multilaterais. Essa política tarifária agressiva, no entanto, pode gerar repercussões não apenas para a China, mas para outros países que mantêm relações comerciais estreitas com os EUA, incluindo o Brasil.
De acordo com a Eurasia Group, consultoria especializada em risco político e econômico global, os efeitos dessa política tarifária sobre o agronegócio brasileiro podem ser diferentes desta vez. Durante o primeiro mandato de Trump, a guerra comercial com a China afetou diretamente o mercado de commodities, como a soja, produto essencial para as exportações brasileiras. No entanto, a análise da consultoria sugere que, desta vez, as consequências podem não ser tão graves para o Brasil, uma vez que o país tem explorado novos mercados para suas exportações e se beneficiado de uma diversificação das rotas comerciais. Ainda assim, a imposição de tarifas mais altas sobre os produtos chineses poderia criar uma instabilidade no comércio global, afetando a dinâmica de preços e a competitividade de alguns setores agrícolas brasileiros. O cenário continua incerto, e o Brasil terá de monitorar de perto os movimentos de Trump para ajustar suas estratégias comerciais, com a expectativa de que o impacto sobre as exportações brasileiras possa ser mitigado por um posicionamento estratégico mais flexível no mercado global.
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