Em uma sessão da Câmara dos Deputados, o deputado Marcel Van Hattem (PL-RS) fez sérias críticas a uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o diretor da Polícia Federal (PF) e o Procurador-Geral da República. Van Hattem afirmou que o encontro revelava a formação de um “estado policial” no Brasil, questionando o que teria sido discutido ali. Ele destacou a presença de figuras-chave como os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, ao lado do chefe da PF, Andrei Passos, e do próprio presidente Lula, sugerindo que a reunião acontecera fora da agenda oficial e levantava sérias dúvidas sobre suas intenções. Para o deputado, essa aliança entre as instituições de poder comprometeria gravemente a independência das mesmas.
Em seu pronunciamento, o deputado também acusou a Polícia Federal, sob a liderança de Andrei Passos, de ter se tornado um órgão a serviço do governo Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT), em vez de manter sua independência. Ele criticou o que chamou de politização da PF, afirmando que a instituição agora agiria conforme os interesses do governo. Além disso, Van Hattem mencionou um processo judicial contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado após um policial federal o acusar de abusar da imunidade parlamentar ao denunciar irregularidades dentro da PF. O deputado relacionou essa ação ao ministro Flávio Dino, que foi o responsável pela nomeação do chefe da Polícia Federal e que, na época da denúncia, estava à frente do Ministério da Justiça. Para Van Hattem, isso representaria mais um exemplo de interferência política no funcionamento das instituições.
O discurso de Van Hattem gerou grande repercussão e reacendeu o debate sobre a separação entre os poderes no Brasil. Sua denúncia sobre uma possível “conspiração” envolvendo o presidente, ministros do STF e a cúpula da PF e do Ministério Público Federal alimentou a desconfiança entre a população e as autoridades políticas. A crítica ao aparelhamento das instituições governamentais, especialmente no governo Lula, se tornou um tema recorrente nas falas de opositores, e este episódio apenas intensificou essa narrativa. A acusação de enfraquecimento da independência dos poderes no Brasil segue sendo uma questão central para o debate político do país, e a situação continua a gerar discussões acaloradas sobre a relação entre os poderes Executivo, Judiciário e a Polícia Federal.
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