O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, comentou sobre o discurso do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, destacando como suas ideias refletem os princípios fundadores da Revolução Americana, que ainda influenciam a sociedade norte-americana. Segundo Araújo, a proposta de Trump, especialmente a criação de uma Carta de Direitos Digitais, busca reafirmar a importância da autonomia individual e da responsabilidade pessoal, valores essenciais para a construção dos Estados Unidos. O diplomata argumentou que a proposta do presidente eleito visa tratar o cidadão como um adulto responsável, capaz de tomar suas próprias decisões, em contraste com a visão de um indivíduo infantilizado que depende da intervenção do Estado, principalmente em questões como o acesso à informação e a regulação digital.
Araújo também criticou o tratamento atual dos cidadãos, que, segundo ele, estão sendo progressivamente vistos como incapazes de tomar decisões por conta própria. Ele observou que, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, essa perspectiva de incapacidade digital tem se expandido, com os governos adotando uma abordagem tuteladora em relação ao acesso à informação. Para Araújo, a proposta de Trump de garantir liberdade no acesso à informação é uma maneira de devolver aos cidadãos a autonomia que ele acredita ter sido diminuída pelas autoridades. O ex-ministro enfatizou que uma sociedade que respeita a maioridade de seus cidadãos deve oferecer liberdade, e não impor limitações, especialmente no campo digital, onde as pessoas devem ser tratadas com respeito à sua capacidade de decidir.
Por fim, Araújo fez uma reflexão sobre como esses princípios poderiam ser aplicados além dos Estados Unidos. Ele sugeriu que a ênfase de Trump nos direitos individuais poderia servir como um modelo de resistência contra regimes autoritários em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Araújo acredita que a abordagem de Trump pode inspirar um movimento global que busque restaurar a liberdade individual e a responsabilidade pessoal, especialmente em um cenário digital cada vez mais controlado por governos e grandes empresas. Para ele, a recuperação dos valores da Revolução Americana, que defendem a proteção dos direitos individuais contra a opressão, poderia ser fundamental para enfrentar os desafios impostos por governos autoritários e pela crescente vigilância digital.
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