O governo Lula acelerou nesta semana as discussões sobre o pacote de corte de despesas, com ênfase na revisão do regime de aposentadoria dos militares, uma proposta que tem gerado intensos debates e críticas de diversos setores. Depois de passar o fim de semana em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retornou a Brasília para dar sequência às negociações, que entraram na terceira semana. A medida de reformar as aposentadorias militares foi vista como uma alternativa para conter o crescente déficit fiscal, um dos principais desafios da gestão Lula. A avaliação do PT é de que, ao mexer com os benefícios dos militares, o impacto político seria mais brando do que outras possíveis reformas, mas isso provocou reações fortes tanto de grupos conservadores quanto de facções mais radicais da esquerda.
O pacote de austeridade do governo tem como objetivo diminuir o déficit fiscal do Brasil, que se tornou uma preocupação crescente nos últimos meses. Segundo o Tesouro Nacional, ajustados pela inflação, os gastos do governo Lula aumentaram em 101 bilhões de reais de janeiro a setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Além disso, as estatais apresentaram um déficit recorde de 7,4 bilhões de reais nesse intervalo, o que aumenta a pressão sobre o governo para encontrar formas de reequilibrar as contas públicas. Nesse cenário, a reforma das aposentadorias militares é vista como uma maneira de reduzir os custos com o funcionalismo, que representam uma das maiores fontes de despesas do governo.
Entretanto, a proposta de mexer nas aposentadorias dos militares gerou reações negativas de diversos setores políticos e sociais. Dentro da esquerda mais radical, há um receio de que essa medida enfraqueça as Forças Armadas e estabeleça um precedente perigoso para futuras cortes em outras áreas prioritárias, como saúde e educação. Já na oposição, principalmente entre os conservadores, critica-se a abordagem do governo, acusando-o de adotar uma postura parcial ao atacar uma corporação tradicionalmente intocada, como os militares. Nesse cenário polarizado, a questão fiscal segue como o principal desafio para a administração Lula, que busca encontrar um equilíbrio entre resolver o problema financeiro do país e manter a estabilidade política sem comprometer sua base de apoio ou sua popularidade.
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