A inclusão do padre José Eduardo de Oliveira e Silva entre os 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal, que investiga uma possível trama para um golpe de Estado, gerou grande controvérsia. O relatório da PF o acusa de ter criado uma "oração ao golpe". Em uma mensagem enviada a Frei Gilson em 3 de novembro de 2022, o padre teria sugerido que católicos e evangélicos incluíssem em suas orações os nomes do então ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira, e outros 16 generais de alto escalão das Forças Armadas. A mensagem convocava os fiéis a orar "para vencer a covardia" e "agir com consciência histórica", criticando os militares por se comportarem como "funcionários públicos de farda". A acusação da PF sustenta que o padre estava incitando uma possível ação militar após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, espalhando ideias de um golpe de Estado com apoio dos militares.
A acusação contra José Eduardo gerou uma reação negativa considerável, especialmente de líderes religiosos e defensores da liberdade de expressão. Muitos consideraram a acusação exagerada, questionando a legalidade das investigações, argumentando que a mensagem compartilhada pelo padre não era uma convocação para um golpe, mas uma manifestação de apoio ao ex-presidente Bolsonaro. A acusação de envolvimento em uma "organização criminosa" foi vista por alguns como uma tentativa de criminalizar um simples posicionamento político dentro de um contexto religioso. Além disso, preocupações surgiram quanto ao uso dessas investigações para reprimir opiniões divergentes, especialmente em um cenário de crescente polarização política no Brasil.
O caso do padre José Eduardo traz à tona importantes questões sobre os limites da liberdade de expressão e a atuação do Estado sobre manifestações políticas e religiosas. No relatório da PF, seu nome é citado a partir da página 878, onde ele é descrito como parte do "núcleo jurídico" de uma organização criminosa, embora o próprio padre tenha negado qualquer envolvimento com atividades ilegais. A acusação de que ele estaria promovendo ideias golpistas através de uma mensagem nas redes sociais reacendeu o debate sobre o papel das instituições no controle das manifestações políticas. Em um momento de alta tensão política e polarização no Brasil, alguns consideram a ação da PF como um passo necessário para investigar possíveis ameaças à democracia, enquanto outros a veem como uma violação da liberdade religiosa e de expressão.
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