O prefeito de Dilermando de Aguiar, cidade situada no interior do Rio Grande do Sul, causou controvérsia ao anunciar que o feriado de 20 de novembro, dedicado ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, seria transferido para o dia 23 de dezembro. A decisão de José Cleiton gerou uma série de críticas nas redes sociais e nos meios políticos, especialmente pela maneira como ele justificou a mudança. O prefeito alegou que a alteração da data tinha "motivos operacionais" e que visava facilitar o funcionamento do comércio local. Além disso, Cleiton afirmou que a cidade não tem problemas com racismo e que, por essa razão, a data não teria grande relevância para a população local, provocando uma reação negativa, principalmente entre ativistas e defensores da luta antirracista.
A medida, além de surpreender os moradores, gerou reações veementes de organizações e figuras públicas comprometidas com a defesa dos direitos da população negra. Para muitos, a mudança do feriado simboliza um retrocesso na valorização de uma data que representa a resistência histórica da população negra contra a escravidão e as desigualdades que ainda persistem. Críticos apontaram que a decisão desconsidera o valor simbólico do Dia da Consciência Negra, que deveria ser um momento de reflexão sobre as conquistas e os desafios enfrentados pelos negros no Brasil. A declaração do prefeito de que não há racismo na cidade foi especialmente questionada, já que muitos consideram essa visão uma negação dos problemas estruturais de discriminação racial que ainda afetam a sociedade brasileira como um todo.
A transferência do feriado também levantou um debate mais amplo sobre a forma como o Dia da Consciência Negra é tratado em diferentes partes do país. Em muitas cidades, a data é marcada por eventos culturais, debates sobre igualdade racial e outras iniciativas de conscientização. O ato do prefeito de Dilermando de Aguiar, no entanto, evidenciou a falta de compreensão sobre a importância da data, especialmente em cidades menores onde as discussões sobre o racismo e a inclusão muitas vezes são ignoradas ou minimizadas. Para muitos, essa decisão reflete a dificuldade de se lidar com questões raciais no Brasil, onde, apesar dos avanços, a população negra ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de representatividade, o acesso desigual a direitos e o combate às desigualdades históricas. A transferência do feriado para uma data sem grande simbolismo gerou críticas de que o prefeito estaria, de maneira indireta, tentando diminuir a relevância das lutas da população negra no país.
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