Em uma entrevista ao portal *Wall*, o presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, comentou sobre a atual situação política envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Costa Neto afirmou que não acredita que Bolsonaro seja preso, mas, caso isso aconteça, o ex-presidente ganharia ainda mais relevância política e se tornaria uma figura central nas eleições de 2026. Segundo ele, se Bolsonaro fosse encarcerado, isso apenas aumentaria sua popularidade, tornando-o uma espécie de mártir para seus apoiadores, com potencial para conquistar até 60% do eleitorado. Para Costa Neto, a prisão de Bolsonaro não só o transformaria em uma vítima política, mas também fortaleceria sua imagem como líder, permitindo-lhe, mesmo preso, exercer grande influência nas eleições, inclusive ajudando a definir o próximo presidente do Brasil.
No cenário internacional, a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos também provocou reações no Brasil, especialmente entre lideranças da esquerda. O ex-presidente do PT, José Dirceu, afirmou em entrevista ao *Globo* que a eleição de Trump deve ser encarada como um alerta para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e para a própria esquerda brasileira. Dirceu, que teve suas condenações na Lava Jato recentemente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que a ascensão de Trump sinaliza uma mudança no cenário político global, e que, ao contrário do Partido Republicano americano, a direita brasileira não é inteiramente bolsonarista. Ele fez uma distinção entre o Brasil e os Estados Unidos, afirmando que Bolsonaro não é comparável a Trump e que Lula também não pode ser visto como uma figura similar a Joe Biden. Para Dirceu, a direita no Brasil está fragmentada, e o PL não representa toda a força política que sustenta Bolsonaro, o que demonstra a falta de uma unidade no campo conservador brasileiro.
Dirceu também enfatizou a necessidade urgente de a esquerda se reinventar e modernizar suas estratégias. Segundo ele, o campo progressista deve se atualizar para reconquistar a juventude e se adaptar às novas formas de comunicação, especialmente nas redes sociais. O ex-presidente do PT alertou que, assim como a direita no Brasil tem crescido nos últimos anos, a esquerda precisa se reestruturar para retomar o apoio popular. Ele apontou que a falta de renovação nas propostas e a dificuldade em dialogar com as novas gerações enfraqueceram o vínculo com a base social, o que prejudica a continuidade de sua influência. Com o cenário político polarizado, Dirceu acredita que o governo Lula tem a responsabilidade de liderar um processo de renovação interna, aproveitando o momento para fortalecer a esquerda diante de um contexto internacional em que fenômenos como o trumpismo estão em ascensão, influenciando também as dinâmicas políticas no Brasil.
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