O economista Marcos Lisboa, que foi secretário de Política Econômica no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, criticou veementemente o pacote fiscal divulgado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada. Em entrevista à *Folha de S. Paulo*, Lisboa afirmou que o governo não conseguiu cumprir a promessa de garantir uma solidez fiscal de longo prazo, um dos objetivos principais do atual governo. Ele contestou a visão de alguns membros do governo de que a reação negativa do mercado financeiro às novas medidas seria fruto de especulação. Para Lisboa, a reação do mercado é, na verdade, uma resposta legítima à falta de clareza e eficácia das propostas apresentadas. Ele também lamentou a ausência de uma visão coerente sobre o futuro fiscal do país, o que resultou em diversas reações desfavoráveis, incluindo a alta do dólar, que atingiu o valor histórico de R$ 6.
Lisboa destacou uma das maiores falhas do pacote fiscal: a tentativa de combinar medidas díspares, como a isenção de Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5.000, com a criação de um imposto voltado para os super-ricos. Segundo ele, essa mistura de propostas, que ele classificou como uma "salada fiscal", revela uma falta de planejamento estratégico e coesão nas ações do governo. O economista também criticou o ministro Haddad por tentar criar uma narrativa de "luta entre o bem e o mal" ao juntar essas medidas contraditórias, o que acabou gerando confusão tanto no mercado quanto entre a opinião pública. Lisboa acredita que o governo perdeu a chance de implementar reformas fiscais mais consistentes e estruturadas, que seriam fundamentais para garantir a estabilidade econômica a longo prazo.
A crítica de Lisboa vem em um momento em que o governo de Lula enfrenta sérios desafios para manter a confiança tanto do mercado financeiro quanto da população em sua política fiscal. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também foi citado no debate, com algumas declarações que reforçam a ideia de que o governo está tentando polarizar o discurso em relação às suas ações econômicas. A falta de uma estratégia fiscal clara e eficaz tem gerado apreensão entre especialistas e no mercado financeiro, que continuam a reagir de maneira volátil às decisões do governo. A crise de confiança gerada pelas propostas de Haddad e a instabilidade no câmbio indicam que a gestão fiscal do governo está longe de ser sólida, como prometido inicialmente.
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