BRASIL: POLICIAL VIRA ALVO DE INQUÉRITO APÓS SELFIE COM ORUAM


Um policial militar do Rio de Janeiro se tornou alvo de investigação pela corregedoria da corporação após ser filmado tirando uma selfie com o rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV). A imagem, que mostra o PM fardado, sorrindo e tirando fotos ao lado do cantor, foi registrada durante o expediente de serviço e próximo a uma viatura da polícia.

Confira detalhes no vídeo:

O vídeo viralizou após ser compartilhado em um grupo fechado de policiais no WhatsApp, gerando uma série de críticas por parte de seus colegas. A postura do policial, em especial por se tratar de um membro de uma das facções criminosas mais conhecidas do estado, gerou desconforto entre os agentes. Enquanto alguns colegas tentaram relativizar a situação, alegando que Oruam não poderia ser responsabilizado pelos atos cometidos por seu pai, a maioria dos policiais no grupo discordou, argumentando que as músicas do rapper fazem apologia ao tráfico de drogas e armas, além de defenderem abertamente a liberdade de seu pai, condenado por crimes de grande gravidade.

A situação chegou à alta cúpula da Polícia Militar, e o comandante-geral da PMERJ, coronel Marcelo Menezes de Nogueira, determinou a abertura de um inquérito policial militar interno para apurar o ocorrido. Em declaração à coluna Paulo Cappelli, o coronel afirmou que a atitude do policial não é condizente com os valores da corporação. Segundo Menezes, ainda que o PM tenha direito à defesa, não se pode associar a imagem da Polícia Militar com uma figura como Oruam, que se promove como filho de um traficante.

A investigação interna buscará esclarecer as circunstâncias do ocorrido, com a apuração do caso respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório. O comandante da PM também se comprometeu a ouvir o policial envolvido, sem fazer julgamentos precipitados. No entanto, ele destacou que o comportamento do agente, ao tirar a selfie fardado e em serviço, não reflete a posição da corporação, que repudia qualquer tipo de associação com o tráfico de drogas ou com figuras envolvidas em atividades criminosas.

Este episódio ocorre em um momento delicado para a segurança pública no Rio de Janeiro, em que a relação entre a polícia e facções criminosas, como o Comando Vermelho, é um tema constantemente debatido. A imagem de um policial se aproximando de uma figura ligada ao tráfico, especialmente enquanto fardado e em horário de serviço, gera preocupações sobre a integridade da corporação e sua relação com o crime organizado.

Agora, a Corregedoria da Polícia Militar terá a responsabilidade de analisar o comportamento do policial e determinar se houve violação de normas internas da instituição, além de avaliar se há necessidade de punição ou outros tipos de medidas disciplinares. A investigação também servirá para esclarecer o impacto dessa situação na imagem da PM e como o comportamento de seus integrantes deve ser orientado, especialmente em relação à interação com figuras públicas controversas.

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