BRASIL: STF DERRUBA LEI QUE PUNIA INVASORES DE TERRA


O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, declarar inconstitucional uma lei sancionada pelo governador de Mato Grosso do Sul, Mauro Mendes, em 2024. A norma previa sanções a pessoas condenadas por invasão de terras privadas, impedindo-as de acessar benefícios sociais e ocupar cargos públicos no estado. A decisão do STF seguiu o entendimento do relator, ministro Flávio Dino, que já havia suspendido a lei em setembro do ano passado.

Confira detalhes no vídeo:

O argumento central utilizado para derrubar a legislação foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou que a norma estadual invadia uma competência exclusiva da União. Segundo a Constituição Federal, apenas o governo federal pode legislar sobre temas relacionados a punições e restrições de direitos dessa natureza. Com base nesse entendimento, o STF considerou que a lei extrapolava os limites da autonomia estadual.

A decisão gerou reações entre produtores rurais, setores do agronegócio e críticos do governo federal, que veem o julgamento como um enfraquecimento da propriedade privada no Brasil. Para esses grupos, a derrubada da lei representa um incentivo indireto às invasões de terras, uma vez que retira uma medida que visava punir os responsáveis por essas ações.

A polêmica também se estendeu para o campo político, uma vez que Flávio Dino, relator do caso, tem um histórico de declarações alinhadas a setores da esquerda e já se definiu como comunista em diversas ocasiões. Essa posição levou opositores a questionarem se a decisão do STF teve um viés ideológico, beneficiando movimentos sociais que promovem ocupações de terras, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Outro ponto levantado por críticos é que a decisão reforça uma tendência de concentração de poder no governo federal, enfraquecendo a autonomia dos estados. Nos últimos anos, tem havido um aumento da interferência do STF em legislações estaduais, o que, para alguns analistas, esvazia a ideia de federação no Brasil. A centralização das decisões em Brasília pode se intensificar ainda mais com a implementação da reforma tributária, que concentrará recursos no governo federal para redistribuição aos estados, tornando-os ainda mais dependentes.

A anulação da lei de Mato Grosso do Sul também reacende o debate sobre segurança jurídica no campo. Produtores rurais frequentemente reclamam da fragilidade na proteção à propriedade privada e da falta de punição para invasores. Com essa decisão, a preocupação de que novas invasões possam ser estimuladas ganha força, uma vez que eventuais punições estaduais são barradas pelo Judiciário.

Diante desse cenário, resta saber quais serão os próximos desdobramentos políticos dessa decisão. A reação dos governadores pode ser um fator decisivo na manutenção do equilíbrio entre os poderes, especialmente em estados que buscam maior autonomia para legislar sobre temas sensíveis como invasão de terras e segurança jurídica para proprietários rurais. Enquanto isso, o debate sobre o federalismo brasileiro segue em aberto, com estados buscando meios de garantir suas prerrogativas diante da crescente influência do STF sobre decisões regionais.

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