A soldada Mayara Kelly Melo Mota, integrante da Polícia Militar do Ceará (PMCE), recebeu punição administrativa após divulgar vídeos nas redes sociais em que aparece uniformizada. A decisão, publicada no Boletim do Comando Geral na última sexta-feira (4), impõe à militar dois dias de permanência disciplinar no quartel, medida que ainda pode ser contestada por meio de recurso.
Confira detalhes no vídeo:
O processo disciplinar foi motivado por publicações feitas por Mayara em seu perfil no Instagram, onde conta com mais de 41 mil seguidores. Nos vídeos, ela aparece utilizando o uniforme da PMCE enquanto realiza atividades como lavar uma viatura oficial e demonstrar o uso de um torniquete — equipamento utilizado para estancar sangramentos graves. As imagens, embora tenham repercussão positiva entre muitos internautas, acabaram sendo questionadas internamente pela corporação.
Segundo o relatório da sindicância, a soldada descumpriu normas previstas no Código Disciplinar Militar ao usar símbolos oficiais da instituição — como a farda e o veículo da PM — em conteúdo pessoal, sem a devida autorização. Para o comando da Polícia Militar, esse tipo de divulgação compromete a imagem institucional e pode ferir os princípios de decoro, hierarquia e disciplina, mesmo quando os vídeos não têm intenção ofensiva ou crítica à corporação.
Apesar da sanção, o conteúdo dos vídeos tem sido defendido por Mayara e por sua equipe jurídica como iniciativas de caráter educativo e de valorização profissional. Em especial, o vídeo que demonstra o uso do torniquete foi motivado por um episódio pessoal vivido pela policial: seu irmão, também integrante da PM, foi atingido por um disparo de arma de fogo durante uma operação, e o uso rápido do equipamento salvou sua vida. Já a gravação em que aparece lavando a viatura buscava evidenciar o papel das mulheres nas tarefas operacionais da polícia, contrariando a ideia de que elas atuam apenas em funções administrativas.
Além da atuação profissional, Mayara costuma abordar temas sobre maternidade e cotidiano nas redes, equilibrando a vida de policial e mãe. Esse lado mais humanizado da carreira militar tem atraído um público fiel, que acompanha suas postagens com interesse, especialmente por romper estereótipos tradicionais da corporação.
Em nota oficial, a Polícia Militar do Ceará afirmou que o processo administrativo foi conduzido com base nos princípios legais, respeitando o direito à defesa da soldada e ao contraditório. A instituição também reafirmou seu compromisso com a ética, a disciplina e os valores militares consolidados ao longo de sua história.
O caso reacende o debate sobre os limites entre a vida pessoal e o papel institucional dos servidores públicos, sobretudo em tempos de redes sociais, onde a exposição constante pode gerar conflitos entre liberdade de expressão e regras internas de conduta.
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