A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou um relatório que revelou que 64% dos R$ 6,3 bilhões desviados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre 2019 e 2024, ocorreram nos dois primeiros anos da atual administração federal. A auditoria também mostrou que a grande maioria dos beneficiários, cerca de 97,6% dos aposentados e pensionistas, sofreu descontos não autorizados em seus pagamentos.
O levantamento da CGU destacou que os desvios consistiam principalmente em cobranças indevidas, inseridas diretamente na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. Essas cobranças eram, em geral, de mensalidades associativas que não haviam sido previamente autorizadas pelos segurados. Embora os valores descontados fossem pequenos individualmente, somados, resultaram em um prejuízo bilionário aos cofres públicos e aos beneficiários.
As fraudes aconteceram de forma ampla e sistemática, aproveitando a vulnerabilidade dos aposentados, que muitas vezes não percebiam as deduções irregulares em seus extratos. A Controladoria apontou falhas graves nos mecanismos de controle interno do INSS, o que permitiu que o esquema se perpetuasse por anos, sem ser devidamente detectado.
Em resposta às investigações, a Polícia Federal e a CGU deflagraram operações em vários estados e no Distrito Federal, cumprindo mandados de busca e apreensão, além de prisões temporárias. O impacto da operação atingiu diretamente a gestão do INSS, levando ao afastamento e posterior pedido de demissão do então presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto.
A situação provocou forte repercussão política, com parlamentares cobrando explicações e defendendo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso em detalhes. Além disso, a CGU destacou que parte do dinheiro desviado pode ter sido direcionado a sindicatos e associações, o que levanta suspeitas de envolvimento de figuras políticas e líderes sindicais.
O Ministério da Previdência Social afirmou que irá colaborar com as investigações e adotar medidas para tentar reparar os danos causados aos beneficiários prejudicados. A pasta também prometeu revisar os processos internos para evitar que situações semelhantes voltem a acontecer.
Com a pressão crescente da sociedade e do Congresso, o governo busca maneiras de reverter a crise de confiança no INSS e recuperar a credibilidade da gestão da Previdência. O episódio expõe, mais uma vez, as fragilidades do sistema de controle de benefícios sociais e reforça a necessidade de reformulação e modernização das ferramentas de fiscalização.
Enquanto isso, aposentados e pensionistas esperam por medidas concretas que garantam o ressarcimento dos valores subtraídos e uma maior proteção contra novos abusos. O escândalo se soma a outros episódios de corrupção envolvendo órgãos públicos e amplia os desafios do governo em lidar com a crise administrativa instalada.
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