A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), iniciou nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025, a operação "Sem Desconto", com o objetivo de desarticular um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que causou um prejuízo estimado em R$ 6 bilhões. De acordo com as investigações, o esquema envolvia descontos irregulares de mensalidades associativas, que eram aplicados sem a autorização dos aposentados e pensionistas. Esses descontos eram feitos diretamente na folha de pagamento de benefícios entre 2019 e 2024.
Os aposentados e pensionistas, vistos como alvos fáceis, foram explorados pelo grupo criminoso. Embora os valores descontados fossem pequenos, somados ao longo dos anos, resultaram em um enorme prejuízo aos cofres públicos. Durante a operação, a Polícia Federal cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão temporária, que foram executados em 14 estados e no Distrito Federal. Além disso, bens de luxo, como carros e relógios de alto valor, foram apreendidos, relacionados aos envolvidos no esquema fraudulento.
Como consequência das investigações, o presidente do INSS, Alessandro Stefanuto, foi afastado de seu cargo por decisão judicial. Stefanuto, que havia assumido a presidência do INSS no início do governo atual, pediu demissão logo após o afastamento. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupe, reconheceu que a escolha de Stefanuto para a presidência do INSS foi sua responsabilidade. Lupe também afirmou que o governo cumpriria a decisão judicial e que as investigações seguiriam seu curso.
O caso também revelou um possível envolvimento de figuras políticas em torno do esquema, com destaque para o Partido Socialista Brasileiro (PSB), ao qual Stefanuto é filiado. Contudo, o PSB se apressou em se distanciar da situação, afirmando que a indicação de Stefanuto não tinha vínculo com o partido. Apesar disso, as investigações apontam para uma rede de conexões políticas que facilitou a implementação do esquema fraudulento.
Além disso, a operação investigou a participação de sindicatos que, de alguma forma, estavam envolvidos no desvio de recursos, com foco em José Avelino Pereira, conhecido como "Chinelo", presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados do Brasil. Pereira, que já foi preso em 2019, tem diversas acusações de envolvimento em fraudes em licitações, e sua proximidade com o ministro Carlos Lupe chamou a atenção das autoridades. O caso levanta dúvidas sobre o papel dos sindicatos no esquema e suas possíveis ligações com o governo.
Agora, a principal preocupação é como os recursos desviados serão devolvidos aos aposentados e pensionistas que foram lesados. As investigações, conduzidas pela Polícia Federal e pela CGU, buscam responsabilizar todos os envolvidos no esquema, mas a atuação do Congresso Nacional também será crucial para garantir que os direitos dos beneficiários sejam preservados e que os prejuízos causados ao sistema previdenciário sejam reparados.
A operação "Sem Desconto" destaca a contínua luta contra fraudes no sistema de seguridade social brasileiro e revela as falhas no controle e fiscalização de recursos públicos. O desfecho dessa investigação será determinante para o futuro da confiança da população nas instituições responsáveis pela gestão do INSS e da Previdência Social.
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