A soldada Mayara Kelly Melo Mota, da Polícia Militar do Ceará (PMCE), foi alvo de uma sanção administrativa por divulgar em suas redes sociais vídeos em que aparece usando o uniforme da corporação. A punição, oficializada no Boletim do Comando Geral na última sexta-feira (4), determinou dois dias de permanência disciplinar no quartel. A decisão, no entanto, ainda pode ser contestada por meio de recurso.
Os conteúdos publicados por Mayara, que conta com mais de 41 mil seguidores em sua conta no Instagram, mostram a policial lavando uma viatura e demonstrando o uso de um torniquete — item utilizado para conter hemorragias graves. As imagens, gravadas em momentos diferentes, acabaram sendo questionadas pelo alto comando da PMCE por utilizarem elementos institucionais em postagens pessoais.
Segundo a sindicância interna, a militar teria desrespeitado normas do Código Disciplinar ao exibir símbolos da corporação, como a farda e a viatura, em publicações particulares sem prévia autorização. A cúpula da PMCE considera que esse tipo de exposição pode comprometer a imagem da instituição, mesmo quando o conteúdo não tem cunho crítico ou depreciativo.
A defesa da soldada alega que os vídeos têm objetivo educativo e visam valorizar a presença feminina nas atividades operacionais da polícia. No caso do vídeo sobre o torniquete, publicado em julho de 2023, a motivação seria uma experiência pessoal envolvendo seu irmão, também policial, que foi atingido na perna por um disparo durante uma ação de combate ao crime. Já a gravação em que aparece limpando a viatura, feita em abril do mesmo ano, buscava mostrar que as mulheres também atuam nas funções práticas e operacionais da corporação.
Além do conteúdo profissional, Mayara também compartilha em suas redes temas relacionados à maternidade e ao seu cotidiano, equilibrando os papéis de mãe e policial. Essa combinação tem conquistado um público crescente, interessado em acompanhar sua rotina e o lado mais humano do trabalho militar.
Em nota divulgada após a repercussão do caso, a Polícia Militar do Ceará destacou que o processo disciplinar foi conduzido dentro dos parâmetros legais, assegurando o direito à ampla defesa da policial. A corporação também reiterou seu compromisso com os princípios de ética, hierarquia e disciplina, que norteiam a atuação dos seus membros ao longo dos 190 anos de história da instituição.
O episódio reacende o debate sobre os limites entre a atuação pública e a vida pessoal dos agentes de segurança em tempos de redes sociais. A situação de Mayara expõe o desafio enfrentado por servidores públicos que, ao mesmo tempo em que querem divulgar seu trabalho e aproximar-se da população, precisam observar regras rígidas impostas por seus códigos de conduta.
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